Rio
Nova autópsia pode mudar tudo no caso Juliana Marins: o que a família quer descobrir
Corpo chega ao Brasil nesta terça (1º) e exame pode esclarecer contradições no resgate na Indonésia; entenda
O corpo da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, morta durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, chega ao Aeroporto de Guarulhos nesta terça-feira (1º), por volta das 17h15, em voo da Emirates vindo de Dubai. A família aguarda a autorização judicial para a realização de uma nova autópsia em até seis horas após a chegada, com o objetivo de esclarecer contradições no laudo feito na Indonésia e investigar possível omissão no resgate.
A solicitação partiu da Defensoria Pública da União (DPU), após apelo público da família nas redes sociais e com apoio da Prefeitura de Niterói. A demanda foi protocolada ainda no domingo (29), durante o plantão judicial, e será analisada pela 7ª Vara Federal de Niterói em audiência marcada para as 15h desta terça-feira. A Polícia Federal e a AGU também acompanham o caso e se colocaram à disposição para colaborar com o transporte e a realização do exame.
O que a família de Juliana quer esclarecer com a nova autópsia?

O primeiro laudo, realizado na última quinta-feira (27) no Hospital Bali Mandara, apontou trauma contuso com múltiplas fraturas e hemorragias como causa da morte. Segundo o legista Ida Bagus Alit, a publicitária teria sobrevivido por até 20 minutos após o impacto. No entanto, testemunhas afirmam ter visto Juliana com vida horas depois da queda, e vídeos mostram a jovem mexendo as mãos cerca de três horas após o acidente, o que contraria o relatório oficial.
Além disso, o laudo apresentado à imprensa indonésia antes mesmo da família ter acesso ao documento gerou revolta dos parentes, que agora exigem respostas sobre o horário exato da morte, o número de quedas sofridas, e se houve negligência no socorro, o que pode caracterizar violação de direitos humanos.
Caso pode ser levado à cortes internacionais
A defensora regional de Direitos Humanos da DPU, Taísa Bittencourt, afirmou que, caso fique comprovada alguma forma de omissão ou negligência por parte das autoridades indonésias, o caso poderá ser encaminhado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). O órgão internacional, embora não tenha poder jurídico vinculante, tem peso político e atua em casos de violação de direitos fundamentais.
A família, por ora, espera o resultado da nova autópsia antes de decidir os próximos passos legais. Caso confirmado o descaso internacional, o processo poderá ganhar dimensão em cortes internacionais, com o Brasil atuando como intermediador.