Megaoperação no RJ prende 45 e salva 700 animais silvestres

Uma megaoperação da Polícia Civil do Rio de Janeiro contra o tráfico de animais silvestres resultou no resgate de mais de 700 espécies e na prisão de 45 suspeitos nesta terça-feira (16). A ação visa cumprir cumpre 40 mandados de prisão e 270 de busca e apreensão, e investiga uma rede criminosa que usava o comércio ilegal para financiar armas e drogas do Comando Vermelho.

Durante a operação, agentes entraram no Complexo da Mangueirinha, em Duque de Caxias, onde houve confronto com criminosos. Uma policial da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente foi baleada na perna durante a troca de tiros. Segundo a corporação, ela foi socorrida e está em estado estável. Um dos traficantes também acabou ferido.

Segundo as investigações, a quadrilha era altamente organizada, com núcleos que atuavam não apenas no tráfico de animais, mas também no tráfico de armas e munições. As diligências também encontraram granadas, fuzis, pistolas e explosivos, reforçando a conexão do grupo com outros crimes violentos.

“É a maior operação de combate ao tráfico de animais do país. Essa organização criminosa também atuava no tráfico de armas e munições, ligada ao Comando Vermelho”, disse Felipe Curi, secretário da Polícia Civil.

Quem é o ex-deputado investigado?

O inquérito também mira o ex-deputado Thiego Raimundo dos Santos, conhecido como TH Joias. Preso há duas semanas, ele voltou a ser alvo da operação com mandados de busca e apreensão.

De acordo com os investigadores, o ex-parlamentar selecionava pessoas de confiança para intermediar negociações. Caso a ligação com o esquema seja confirmada, TH Joias poderá ser indiciado por tráfico de animais silvestres.

O titular da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, André Prates, explicou como funcionava o esquema:

“A quadrilha atuava há décadas, com caçadores, atravessadores e falsificação de documentos para vender animais em feiras físicas e virtuais.”

Quais animais foram resgatados?

Entre as espécies retiradas do cativeiro estavam araras, corujas, primatas, tartarugas e aves ameaçadas de extinção. As autoridades destacaram a crueldade do transporte:

• Sobreviventes eram vendidos em feiras físicas e virtuais, com documentos e anilhas falsificados.
• 60% dos animais morriam antes de chegar ao destino final;
• Muitos eram retirados ainda filhotes ou ovos, forçados a nascer em estufas improvisadas;

A contagem dos animais segue em andamento e pode ultrapassar 1.000 resgatados. As autoridades afirmam que a operação marca um divisor de águas na proteção da fauna brasileira e no combate ao crime organizado.