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Por que o ar ganha cheiro de queimado nos dias de calor extremo e quase ninguém entende
Algo no ar muda antes mesmo de percebemos a origem desse cheiro
Durante ondas de calor mais intensas, muitas pessoas percebem um cheiro de queimado no ar, mesmo sem ver fumaça ou focos de incêndio por perto. Esse odor está ligado a uma combinação de fatores naturais e humanos, que se tornam mais evidentes em dias de temperatura elevada, baixa umidade e tempo seco, especialmente em regiões com vegetação ressecada, poluição elevada e períodos prolongados de estiagem.
Por que sentimos cheiro de queimado no calor intenso
O principal motivo para o cheiro de queimado no calor intenso está ligado à combinação de altas temperaturas, baixa umidade do ar e presença de partículas em suspensão. Em dias muito secos, qualquer foco de fogo, mesmo pequeno, tende a produzir fumaça que se espalha com facilidade, alcançando áreas mais distantes.
Além disso, resíduos de poluição, poeira e materiais orgânicos entram em decomposição mais rápida, liberando aromas que lembram queimado. Em regiões urbanas, esse efeito se soma ao aquecimento do asfalto, à intensa circulação de veículos e à maior concentração de poluentes, reforçando a sensação de “ar queimado”.

Cheiro de queimado no ar indica sempre a presença de incêndio
Sentir um odor de queimado no ar em períodos de calor não significa, obrigatoriamente, que haja um grande incêndio nas proximidades. Em muitos casos, o olfato capta a mistura de poluentes, poeira fina e compostos liberados por solos e vegetação sob forte radiação solar, simulando o cheiro de fumaça.
Mesmo assim, o calor intenso favorece o surgimento e a propagação de incêndios florestais e queimadas urbanas. Por isso, é importante ficar atento a outros sinais além do cheiro, como fumaça visível, fuligem nas superfícies, céu mais acinzentado e irritação nos olhos ou na garganta, acionando defesa civil ou corpo de bombeiros em caso de suspeita.
Como o clima e a poluição influenciam o cheiro de queimado
O comportamento da atmosfera durante períodos de calor extremo influencia diretamente o aparecimento desse cheiro. Em dias secos, a camada de ar próxima ao solo fica mais estável e as partículas geradas por veículos, indústrias, queimadas e poeira tendem a se acumular, em vez de se dispersar rapidamente, aumentando a sensação de ar poluído.
Além disso, a radiação solar pode reagir com alguns poluentes, produzindo substâncias irritantes e odoríferas, como o ozônio troposférico. Em regiões com tráfego intenso, o asfalto aquecido, pneus e combustíveis também liberam compostos voláteis, contribuindo para a sensação de “ar pesado” e agravando problemas respiratórios em pessoas sensíveis.
Esse vídeo do Record Interior RJ explica de forma simples por que, em dias muito quentes:
Principais fontes do cheiro de queimado em dias quentes
Embora a sensação seja, para muitos, uma curiosidade da natureza, ela está ligada a fontes bem concretas que se intensificam em períodos de calor intenso e tempo seco. Em áreas rurais, urbanas e de transição, diferentes atividades humanas e processos naturais podem gerar odores semelhantes ao de fumaça.
Entre as fontes mais frequentes do cheiro de queimado em dias quentes, destacam-se:
- Queimadas em áreas rurais: limpeza de pasto, manejo agrícola e queima de restos de colheita;
- Incêndios florestais: propagados por faíscas, relâmpagos ou ação humana;
- Queima de lixo urbano: prática ainda presente em alguns bairros e terrenos baldios;
- Curto-circuitos e problemas em fiação: principalmente em redes sobrecarregadas pelo uso de aparelhos de refrigeração;
- Poluição veicular e industrial: intensificada pelo ar parado e pelas altas temperaturas.
Como diferenciar um fenômeno comum de uma situação de risco
Para distinguir um simples cheiro de queimado no calor de uma situação que exige atenção imediata, é necessário observar o ambiente de forma mais ampla. A combinação de odor persistente, mudanças visíveis no céu e desconforto físico pode indicar maior concentração de fumaça e necessidade de cautela.
Alguns cuidados práticos ajudam a avaliar melhor o cenário e a decidir se é hora de buscar ajuda ou se proteger em ambientes internos, especialmente em regiões com histórico de queimadas sazonais e baixa qualidade do ar.
- Verificar o céu: presença de névoa densa, fumaça definida ou mudança repentina de cor;
- Observar o ambiente: ruídos de estalos na vegetação, labaredas ao longe ou fuligem caindo;
- Notar sintomas físicos: falta de ar, tosse persistente ou irritação forte nos olhos podem indicar alta concentração de fumaça;
- Acompanhar boletins oficiais: órgãos ambientais e de defesa civil costumam informar sobre focos de incêndio ativos;
- Comparar com a rotina local: regiões com histórico de queimadas sazonais tendem a registrar o odor em épocas específicas do ano.