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Presidente do CREA-RJ propõe maior integração entre o estado e municípios para prevenção contra chuvas de verão

Em entrevista à Rádio Tupi, o presidente do CREA-RJ destacou obras de drenagem, habitação e uso da engenharia pública

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O presidente do CREA-RJ, engenheiro Miguel Fernández, em entrevista ao Jornal da Tupi, com Sidney Rezende. Foto: Super Rádio Tupi

Em entrevista ao vivo na Rádio Tupi, o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (CREA-RJ), engenheiro Miguel Fernández, defendeu que haja maior integração entre as esferas do poder público a fim de se criar estratégias conjuntas para prevenção contra as consequências das chuvas de verão no Estado do Rio.

“A gente já sabe da realidade das chuvas intensas que acontecem historicamente aqui no Estado do Rio de Janeiro. A gente precisa ter estratégias que integrem inclusive os municípios e o governo do estado, pensando em obras de drenagem e de geotécnica. Eu tenho debatido e pontuado isso junto ao governo do estado, que ele precisa pensar num órgão que traga essa visão ampliada, entendendo as regiões hidrográficas como estratégias de combate às enchentes”, afirmou Fernández, ao participar do Jornal da Tupi, com Sidney Rezende, Marcelo Madureira e João Pedro Barrocas, na tarde de segunda-feira, dia 22 de dezembro.

O presidente do CREA-RJ destacou a importância vital de obras de infraestrutura todo ano, permitindo cada vez maior envolvimento da engenharia pública e seus agentes.

“A gente vem dependendo desse ponto. O interessante aqui é que esse tema da drenagem hoje está em alta e é um dos grandes pontos apresentados com infraestrutura para saneamento. A nova etapa do PAC que está proposto tem que sair do papel, tem que se transformar em realidade, mas o principal é que você tenha um movimento de integração entre o que é realizado pelos diversos atores”, afirmou Fernández, destacando que as “estruturas não independentes, mas estão todas interligadas”.

Indagado se o poder público está preparado para a possibilidade dos temporais, agravados pela crise climática, Fernández deu um exemplo simples que pode fazer diferença no planejamento dos governantes:

“Quando você toma a decisão de urbanizar uma praça, você poderia pensar em fazer essa praça abaixo do nível da rua para que a praça contribua para a drenagem da água na via pública. Ao invés de ficar lavando a rua, a água pode ficar retida nessa praça durante o momento de chuva, quando ninguém vai usar a praça, mas ela poderá funcionar como uma espécie de piscinão”, observou o engenheiro civil.

Perguntado sobre os riscos de deslizamentos nas encostas, Miguel Fernández lembrou que “infelizmente essa é uma tragédia anunciada do verão”.

“Eu odeio falar isso, mas nós sabemos da realidade, infelizmente, da omissão, muitas vezes, do Poder Público em garantir que não sejam ocupadas áreas de risco e na contrapartida em oferecer habitação a preço acessível em regiões que sejam adequadas.
A gente vai ter que retirar as famílias de algumas localidades, mas a engenharia tem que chegar primeiro com a construção de habitações em locais seguros”, disse Fernández, acrescentando que é preciso inverter a lógica habitacional hoje, em benefício das classes mais pobres.

Durante a entrevista, o presidente do CREA-RJ fez um balanço de seu segundo ano de gestão à frente do Conselho. Entre as principais entregas, ele citou a atualização da plataforma digital do sistema que estava defasado há mais de 15 anos e a realização do CREA AQUI, o maior evento das engenharias do estado, que reuniu 4.500 pessoas na Marina da Gloria, em junho.

“Desde que assumi a presidência do CREA em 2024, meu maior objetivo tem sido o resgate de uma grande instituição, com 91 anos, que representa mais de 100 mil profissionais registrados e mais de 20 mil empresas registradas, de um setor responsável pela produção de riquezas do país. Então, é fundamental o resgate para o entendimento do valor desse setor profissional para a sociedade e para a economia”, explica Fernández.

Outra boa notícia para o setor da engenharia do Estado do Rio é que o censo do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia constatou que 90% dos profissionais registrados no CREA-RJ estão empregados.

“Então, você profissional de engenharia que está com em dia com o CREA, a chance de você ficar desempregado é muito baixa”, observou Miguel Fernández.

Depois de ter elogiado o presidente do CREA-RJ, a quem conheceu como líder estudantil na Escola Politécnica da UFRJ, onde também se formou, Marcelo Madureira perguntou a Miguel sobre o risco de redução dos postos de trabalho na engenharia pela Inteligência Artificial.

O presidente do CREA-RJ lembrou que a questão não é tão evidente assim e que em sua gestão tem estimulado o debate em torno da necessidade de usar a IA como mais uma ferramenta.

“Aquele profissional que se imagina simplesmente fazendo um trabalho braçal, pouco intelectual, essa ferramenta talvez o substitua. Mas o profissional que é criativo, não. Nunca esteve tão em voga a frase atribuída a Einstein, de que a imaginação é mais importante do que o conhecimento. Então, vai ser fundamental que os engenheiros ampliem essa visão, entendam a IA como uma ferramenta e ganhe uma capacidade de eficiência, de entrega gigantesca”, afirmou o presidente do CREA.

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