Brasil
Adolescentes são apreendidos em operação contra crimes de ódio na internet
Ação busca desmantelar uma organização criminosa responsável por diversos crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes
A Polícia Civil realiza, nesta quarta-feira (14), a segunda fase da Operação Adolescência Segura, que busca desmantelar uma organização criminosa responsável por diversos crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes. O grupo é apontado como um dos maiores do país no segmento.
Até o momento, quatro menores foram apreendidos nos estados de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Cerca de 60 policiais civis estão cumprindo cinco mandados de internação provisória em diferentes estados do país. Quatro já foram localizados, mas o quinto, que está sendo procurado no Paraná, ainda não foi encontrado. Além disso, um mandado de busca e apreensão está sendo cumprido em São Paulo. Todos os mandados foram expedidos pela Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro.
Como atua o grupo criminoso?
O grupo se organizava através da plataforma Discord e realizavam desafios e competições, sempre de crimes de ódio. De acordo com as investigações, os líderes dessa organização, todos adolescentes, invadiam dispositivos eletrônicos e roubavam dados das vítimas.
O delegado Cristiano Maia da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima explicou qual era o intuito destas invasões.
“Eles ameaçavam divulgar imagens íntimas na escola, para colegas de escolas, para igrejas, para a vizinhança, e a partir dali esses menores fragilizados cometiam automutilações, enviavam fotos íntimas e todo crime de barbárie, maus-tratos a animais…”, explicou o delegado.
Primeira fase da operação aconteceu em abril
Na primeira etapa da ação policial, no dia 15 de abril, dois adultos foram presos e sete menores apreendidos.
Policiais civis de todo o país cumpriram mandados autorizados pela justiça no Rio de Janeiro e nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Goiás, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.
Início das investigações
A investigação teve início em fevereiro, após um morador de rua ser vítima de um ataque transmitido ao vivo pela plataforma Discord e pelo Telegram. Na ocasião, um adolescente de 17 anos jogou coquetéis molotov no homem, na Zona Oeste do Rio. O crime ocorreu a cerca de 500 metros da casa do menor. Um homem maior de idade foi o responsável por gravar a ação criminosa.
Após investigações, a polícia constatou que o ato se tratava de parte de uma série de delitos coordenados por uma organização criminosa que aliciava jovens para a prática de crimes de ódio.
Crimes investigados:
- Tentativa de homicídio
- Induzimento e instigação ao suicídio e à automutilação
- Estupro virtual de vulnerável
- Produção e divulgação de material de exploração sexual infantil
- Maus-tratos a animais
- Apologia ao nazismo
- Invasão de dispositivos de informática
- Crimes de ódio em geral
A ação coordenada pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav) conta com apoio do CyberLab da Secretaria Nacional de Segurança Pública.
*Com colaboração de Amanda Risi