Climão! General Paulo Sérgio perde a paciência com advogado em depoimento no STF

O general da reserva Paulo Sérgio Nogueira protagonizou um momento tenso, que chamou atenção nas redes, durante seu interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (10). Réu na ação penal que apura uma tentativa de golpe de Estado após a derrota de Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro da Defesa perdeu a paciência com o próprio advogado, Andrew Farias, ao ser questionado perto do fim de seu depoimento.

Após responder às perguntas do relator Alexandre de Moraes, do ministro Luiz Fux e do procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, Nogueira se mostrou visivelmente incomodado com a abordagem do defensor. “Vai me perguntar sobre a reunião, cara?”, interrompeu o general logo na primeira questão de Farias. Em seguida, acrescentou: “Andrew, eu já respondi tudo isso ao nobre presidente Alexandre de Moraes”.

A tensão persistiu, e após responder mais uma pergunta, Nogueira encerrou a participação do advogado com um comentário irônico: “Só para informar aqui a pedido do advogado… Você não combinou comigo, hein. Mas, tudo bem. Era só isso, presidente”. A frase arrancou risadas da plateia, mas evidenciou o desconforto do militar com sua própria defesa.

Veja o momento:

General afirmou que alertou sobre gravidade de estado de defesa e pediu desculpas por críticas ao TSE

Durante o depoimento, o ex-ministro da Defesa afirmou que alertou Jair Bolsonaro sobre os riscos de decretar medidas de exceção, como estado de Defesa ou estado de sítio, após o segundo turno das eleições. O alerta teria sido feito em reunião no dia 7 de dezembro de 2022, com a presença dos comandantes do Exército e da Marinha. Segundo ele, uma nova reunião, em 14 de dezembro, teria servido como “pá de cal” nas discussões golpistas.

“No dia seguinte, eu me reuni com o presidente da República. Falei com ele: ‘presidente, não se fala mais isso, homem”, afirmou.

Nogueira também relatou preocupação com a possibilidade de uma fissura nas Forças Armadas, principalmente após a circulação de uma carta golpista redigida por oficiais. “Fiquei preocupado a partir da carta ao comandante do Exército Brasileiro. Temia uma fissura”, afirmou.

Ainda no depoimento, o general pediu desculpas por críticas que fez ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em reunião ministerial gravada. “Queria me desculpar publicamente por ter feito essas colocações naquele dia (…) em que eu trato com palavras inadequadas o trabalho do TSE”, disse, acrescentando que jamais sofreu pressão de Bolsonaro para alterar relatórios sobre a fiscalização das urnas eletrônicas.

Paulo Sérgio foi o quinto a depor entre os oito integrantes do chamado “núcleo 1” — grupo central apontado pela Procuradoria-Geral da República como responsável por articular a tentativa de ruptura institucional. Os interrogatórios seguem na Primeira Turma do STF, que analisa a denúncia com base em investigação da Polícia Federal já aceita pelo tribunal.

Confira as falas: