Conecte-se conosco

Brasil

MP e Polícia Civil realizam operação para prender quadrilha que roubava dinheiro usando hackers

Operação “Open Doors” mira organização criminosa liderada por hackers que acessava computadores de outras pessoas e roubava dinheiro para contas de integrantes da quadrilha e de pessoas jurídicas que participavam do esquema

Publicado

em

No total, estão sendo cumpridos 15 mandados de prisão e de busca e apreensão nos Estados do Rio, Paraná e Goiás.
(Foto: Reprodução)

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) em Barra Mansa, em parceria com a Polícia Civil, deflagrou nesta terça-feira (26) a sexta e a sétima fases da operação “Open Doors”, para prender integrantes de uma organização criminosa liderada por hackers. Os denunciados acessavam, de forma virtual, os computadores de outras pessoas e roubavam valores para contas de integrantes da quadrilha e de pessoas jurídicas que participavam do esquema, com o objetivo de “lavar” o dinheiro roubado. Até às 11h45 desta terça, sete pessoas haviam sido presas e cinco permanecem foragidas. No total, estão sendo cumpridos 15 mandados de prisão e de busca e apreensão nos estados do Rio, Paraná e Goiás.

De acordo com as denúncias, a quadrilha usava integrantes conhecidos como “ligadores” para entrar em contato com as pessoas lesadas identificando-se como representantes dos bancos e convencendo-as, sob a justificativa de atualizar a versão do internet banking instalado em seus computadores, a instalar um aplicativo espião, que passava a fornecer suas informações bancárias aos denunciados. De posse dos dados, os criminosos passavam a efetuar retiradas de valores das referidas contas e, para conferir legalidade aos recursos, os depositavam em contas de pessoas físicas e jurídicas, que serviam como “laranjas” do esquema de lavagem do dinheiro.

A sexta fase da operação cumpre mandados de prisão e de busca e apreensão contra a quadrilha liderada pelo hacker Dilson de Almeida Panisio, e formada por outros oito integrantes. Preso durante uma das etapas da “Open Doors’, Dilson gerenciava as tarefas delegadas aos demais integrantes, comandando o esquema arquitetado para a distribuição dos valores obtidos entre os denunciados e as posteriores manobras de lavagem de dinheiro com o apoio de pessoas de sua íntima confiança. O objetivo era ocultar a origem, a localização e a real propriedade dos valores subvertidos pela organização, utilizando-se, para isso, das contas correntes de pessoas que residiam nas cidades de Barra Mansa, Planaltina (GO) e Ponta Grossa (PR), assim como as contas da empresa FB Conveniência e Distribuidora, de propriedade de Felipe Brandon Freitas do Nascimento, também localizada em Ponta Grossa. O total aproximado de valores depositados nas contas dos “laranjas” foi de R$ 2,2 milhões.

Já a sétima fase da “Open Doors” visa prender os seis participantes da organização criminosa liderada pelo hacker Richard Lucas da Silva Miranda, que se utilizava das mesmas práticas para subverter valores de maneira ilegal de contas bancárias de terceiros. Neste caso, os integrantes da quadrilha residiam nas cidades de Volta Redonda, Niterói e São Gonçalo e, sob as orientações de Richard, também cediam suas contas bancárias para o recebimento dos valores furtados, com o intuito de conferir aparente legalidade aos recursos subtraídos das contas bancárias das pessoas lesadas pelo grupo. Entre os denunciados, estão José Pedro da Costa Neto e Marcelo Luiz Ferreira Nascimento, sócios da SVT Car Place Comércio de Veículos, com sede em Niterói, que forneciam a conta da empresa para “lavar” parte do dinheiro dos crimes. O total aproximado de valores subvertidos pela quadrilha foi de R$ 1,6 milhão. As denúncias foram aceitas pela 2ª Vara Criminal de Barra Mansa.

Continue lendo