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Brasil

Mulheres são maioria à frente do Terceiro Setor

65% dos postos de trabalho em organizações sociais são ocupados por mulheres

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Mulheres são maioria à frente do Terceiro Setor (Foto: Divulgação)
Mulheres são maioria à frente do Terceiro Setor

O Dia Internacional da Mulher (8) simboliza uma série de vitórias na luta pela representatividade feminina, seja no âmbito pessoal ou profissional. No Brasil, um dos maiores destaques do crescimento da participação feminina tem sido no Terceiro Setor.

É o que dizem os números. De acordo com pesquisa divulgada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), 65% dos postos de trabalho em organizações sociais são ocupados por mulheres. Na Pnad Contínua de 2019, elas representam 62% das pessoas que realizavam trabalho voluntário. Segundo dados divulgados, em 2017, pelo Grupo de Institutos Fundações e Empresas (Gife), 51% das mulheres dominavam cargos de liderança.

Dados da ONU Mulheres mostram também que elas foram duramente atingidas pela Covid-19, constituindo 70% das pessoas que trabalham no Setor Social e da Saúde em todo o mundo.

Luiza Serpa, do Phi, e o ecossistema filantrópico

Luiza Serpa é a fundadora e diretora-executiva do Instituto de filantropia Phi. Formada em publicidade, ela foi uma das ganhadoras do Prêmio Empreendedor Social da Folha de S. Paulo, em 2020, articuladora do MAIS – Mapa do Impacto Social, que está fazendo um mapeamento do ecossistema filantrópico no país, fellow sênior da Skoll Foundation, responsible leader da Fundação BMW, integrante do Conselho Consultivo Estratégico da Latimpacto e membro da comunidade internacional Nexus Global.

Conectar pessoas, organizações e informações para promover a cultura da doação. Essa é a missão do Instituto Phi, uma organização sem fins lucrativos que atua assessorando indivíduos e empresas a fazer de maneira estratégica o planejamento de sua filantropia e, ao mesmo tempo, fortalecendo a gestão de projetos sociais e criando soluções inovadoras e customizadas para potencializar o Terceiro Setor. Em oito anos, mais de R$ 154 milhões foram doados e 1,3 mil projetos sociais apoiados, beneficiando mais de 2 milhões de pessoas.

Indicada ao Nobel da Paz, JA é liderada por Graziella Castilho

A ONG Junior Achievement (JA) é uma das maiores organizações sociais incentivadoras de jovens do mundo. Desde 1919, dissemina educação empreendedora por meio do método “aprender-fazendo”, tendo sido uma das primeiras a levar conhecimento sobre educação financeira, mercado de trabalho e empreendedorismo para adolescentes e jovens da América Latina.

No Rio de Janeiro desde 1999, a JA atua com a missão de despertar o espírito empreendedor dos jovens por meio de programas e experiências educacionais. Na cidade, a instituição, que acaba de ser indicada pela segunda vez consecutiva ao Nobel da Paz, é liderada por uma mulher: a empresária carioca Graziella Castilho.

Como agradecimento por ter filhos saudáveis e bons alunos, ela enxergou no voluntariado uma maneira de devolver ao universo tudo de bom que já havia recebido, mas de forma mais dedicada, priorizando ações de impacto social, sem doação de dinheiro. Em 2015, começou como voluntária do programa Miniempresa, que proporciona aos estudantes a experiência prática em economia e negócios, na organização e operação de uma empresa. A partir dali, não parou mais. Em 2017, passou a ser conselheira da ONG e, desde 2019, é a Presidente no Rio.

“A representativa de mulheres que atuam no terceiro setor, assim como na saúde, é o reflexo do lado mais genuíno feminino: o de prover e cuidar. Minha atuação no terceiro setor, em especial na educação, está totalmente alinhada ao meu propósito de vida como mulher e cidadã, mas sempre defendendo que boas ações e solidariedade não possuem raça, gênero e nem idade. Adoraria ver TODOS envolvidos em boas causas”, explica Graziella.

Wanda Guimarães e a luta pela igualdade no Cedaps

O Centro de Promoção e Saúde (Cedaps), com sede no Rio de Janeiro, foi fundado e cofundado por mulheres, como a assistente social e membro da equipe de coordenação Geral da instituição Wanda Lucia Guimarães, que concorda que o ambiente nas Organizações da Sociedade Civil é eminentemente feminino.

“Vejo hoje o terceiro setor com muitas mulheres nos espaços de liderança e de direção, com inteligência e sensibilidade para as lutas pela igualdade. As OSCs são um microcosmo da sociedade e, por isso, têm os seus desafios – do próprio campo e da sociedade -, que garantem direitos iguais, mas não proveem os meios para o exercício dos direitos. Ainda temos muito a caminhar para a igualdade de gênero. Para o mercado, em geral, precisamos avançar na equidade salarial, nos postos de liderança, na ocupação da politica e no reconhecimento das diferenças”, afirma Wanda.

O objetivo do Cedaps é desenvolver metodologias e projetos com foco na melhoria da qualidade de vida em comunidades, construindo soluções em locais de grande impacto social de todo o Brasil. Entre os programas, está o Jovens Construtores, desenvolvido no Brasil, desde 2009, pelo Cedaps. É uma tecnologia social voltada à formação de jovens, originalmente concebida pela organização YouthBuild, para contribuir com o crescimento pessoal e profissional de moradores de favelas e periferias, associada à mobilização e ao desenvolvimento de famílias, organizações e comunidades.

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