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Série Combustível Legal: como o combustível adulterado prejudica os carros

Professor explica como atua a análise desses substâncias

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em

(Jose Cruz/Agência Brasil)

O risco de abastecer o carro com combustível adulterado é um problema em potencial que todo motorista tem, e, infelizmente, é uma possibilidade que o consumidor é obrigado a lidar de forma cega. Seja gasolina, diesel ou outro combustível, o material fraudado é um dos principais inimigos que o funcionamento de qualquer veículo pode ter.

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As substâncias adulteradas podem prejudicar as borrachas, juntas, entupir os bicos – isso no carro. Agora, a combustão ineficiente também prejudica a pressão atmosférica e, consequentemente, agrava a questão ambiental. Em uma conversa para o site TUPI.FM, o professor Sérgio Braga, do Departamento de Engenharia da PUC-Rio e responsável pelo Centro de Desenvolvimento em Energia em Veículos, explicou o a relevância do trabalho da fiscalização em proteger o consumidor desses riscos.

“É muito difícil (o consumidor notar), pois a adulteração só é sentida depois que se detecta o problema. Realmente há a necessidade de uma fiscalização por parte do governo para que isso não aconteça. Mas, na hora que se coloca uma substância adulterada no carro, certamente irá ocorrer uma mudança no comportamento do veículo, mas, nem sempre, perceptível ao motorista. Então, quando se utiliza um combustível com algum percentual de adulteração, o carro vai funcionar e andar, mas você não vai reparar que o combustível está entupindo o bico injetor. Isso só é notado depois que o problema efetivamente acontece”, explica Braga.

Ao funcionar sob adulteração, um veículo corre riscos que vão desde o motor simplesmente parar até se incendiar. E essas possibilidades só ressaltam o rigor da análise que esses materiais devem passar.

“Na hora que você for usa alguma coisa não permitida, como um solvente de tinta, o carro pode começar a vazar e corre o risco até de pegar fogo. Mas isso não é do dia para a noite. A fiscalização é fundamental, pois, quando se leva a coleta ao laboratório, se detecta a presença de algum componente que não devia estar ali. Por exemplo, a gasolina tem centenas de componentes diferentes na composição. Na hora que se coloca um solvente, quando queimado, ele vai deixar resíduos para trás que a gasolina não deixaria, e são esses que acabam prejudicando o funcionamento do motor”, contextualiza o professor.

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O órgão responsável pela fiscalização de combustível no Brasil é a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, a ANP. Ela regulariza todas as atividades referentes ao uso de petróleo no Brasil. O professor destacou a volta de um programa que traz uma forma adicional de se manter o cuidado pela qualidade das substâncias.

“A ANP acabou de criar um novo programa, que é o mesmo de antigamente, chamado Programa de Condicionamento da Qualidade do Combustível. Os laboratórios isentos vão poder se credenciar para fazer esse trabalho de monitoramento. Essas instituições não têm o poder de polícia para fechar os postos. Mas é feita uma análise de todos os combustíveis. Analisamos as coletas no laboratório e fazemos laudos. Todos os postos eram monitorados, pelo menos, duas vezes por anos. Alguns podiam até receber mais. E quando se encontrava algum problema, era acionada a ANP”, reitera Braga.

 Nesta quinta-feira, a equipe do site TUPI.FM apresenta uma reportagem sobre como funciona o trabalho de regularização da ANP.

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