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Carnaval

Primeira disputa de samba que deu origem aos desfiles de Carnaval será retratada no enredo do Arranco em 2023

Agremiação que está de volta à Sapucaí levará para Avenida no ano que vem “Zé Espinguela – Chá do meu terreiro”, do carnavalesco Antônio Gonzaga

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Arranco 2023
(Foto: Divulgação)

De volta à Marquês de Sapucaí no Carnaval de 2023, o Arranco do Engenho de Dentro irá apostar na exaltação a figura de Zé Espinguela para buscar o tão sonhado acesso à elite da folia carioca. O enredo irá mostrar aquele que foi considerado o embrião dos desfiles das escolas de samba, que contou com a participação da Mangueira, da Deixa Falar (atual Estácio de Sá) e do Conjunto Oswaldo Cruz (atual Portela).

O evento em questão foi primeiro campeonato de samba, criado e organizado por Zé Espinguela, na Rua Adolfo Bergamini, onde hoje está localizada a quadra do Arranco. Na época, o local era onde funcionava o terreiro comandado pelo líder religioso, que ainda era jornalista, compositor e fundador da Estação Primeira.

Com o título de “Zé Espinguela – Chá do meu terreiro”, o enredo será desenvolvido pelo carnavalesco Antônio Gonzaga. O artista, que também é compositor do Acadêmicos do Salgueiro, possui no currículo participações na criação de identidades visuais para a Acadêmicos do Cubango, além de ter atuado como assistente nos desfiles vice-campeão e campeão da Acadêmicos do Grande Rio.

Abaixo, confira o texto de explicação do enredo divulgado pela escola:

“Antes de tudo haver, já havia tudo – ou quase tudo: o batuque, os versos, os poetas, o canto, os fundamentos e assentamentos, os pavilhões, a iminência da festa, o cheiro bom da festa, a macumba, as torcidas, as cordas de aço, as tias, os santos (todos eles), as fés (todas elas), o barulhinho bom, o disse-me-disse, o zum-zum-zum… A DISPUTA. Havia samba, terreiro e chão. Havia o mundo, havia carnaval.

Rio de Janeiro, bairro do Engenho de Dentro, domingo, 20 de janeiro de 1929. Dia de Oxóssi, dia de São Sebastião. Zé Espinguela, líder religioso, compositor, arengueiro, jornalista, fundador da Mangueira, juntou três agremiações e um time de bambas para realizar aquele que é considerado o primeiro campeonato de samba, a origem dos desfiles de carnaval. Na disputa, nada menos que a Deixa Falar (que se transformaria em Estácio), o Conjunto de Oswaldo Cruz (futura Portela) e a Mangueira. Cartola, Heitor dos Prazeres, Benedito Lacerda, Paulo Benjamim de Oliveira, Antônio Caetano. Estavam todos lá. Estão todos, ainda hoje, aqui.

O evento aconteceu no terreiro de Espinguela, na atual rua Adolfo Bergamini, onde está localizada a quadra do Grêmio Recreativo Escola de Samba Arranco. O nosso chão.

Em 2023, festejando cinquenta anos de sua fundação, o Arranco, guiado por Zé Espinguela, mostrará o nascimento dos desfiles das escolas de samba, filhas de toda a África em chão carioca, e seus muitos caminhos até chegar ao maior espetáculo do planeta. É do Engenho de Dentro para o Mundo! De onde viemos, onde chegamos e onde nossa arte pode nos levar. Semente, raiz, tronco e fruto. ZÉ ESPINGUELA — CHÃO DO MEU TERREIRO”.

Veja abaixo também a logo oficial do enredo do Arranco para o Carnaval 2023:

Logo oficial Arranco 2023
(Foto: Divulgação)
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