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Charles Rodrigues

Ex-repositor é condenado por matar mulher trans a facadas em São Gonçalo

Cantora e passista foi morta a facadas em terreno baldio em fevereiro; assassino foi preso dias depois do crime

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Ex-repositor é condenado por matar mulher trans a facadas no RJ
Amanda de Souza Soares foi assassinada em fevereiro. Foto: Arquivo pessoal

A Justiça do Rio de Janeiro condenou a 25 anos de prisão em regime fechado o ex-repositor de supermercado Marlon Nascimento da Silva, de 27 anos, responsável pela morte brutal da cantora e passista trans Amanda de Souza Soares, de apenas 23 anos. O crime, classificado como homicídio qualificado por feminicídio, traição, motivo torpe e transfobia, ocorreu em 1º de fevereiro de 2024, no bairro Jardim República, em São Gonçalo.

Amanda foi assassinada com 14 facadas em um terreno baldio ao lado de sua residência. O julgamento, realizado no Tribunal do Júri de São Gonçalo, durou cerca de oito horas. A sentença foi proferida pela juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine, da 4ª Vara Criminal, com base na decisão dos jurados populares.

Como foi a investigação do transfeminicídio?

Marlon foi capturado uma semana depois, em seu local de trabalho, por agentes da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo. Após análise de provas reunidas pela polícia, o acusado confessou o assassinato, o que levou à decretação de sua prisão preventiva.

A irmã da vítima, Rhayanny de Souza, de 32 anos, lamentou a dor da perda, mas reconheceu a importância do veredito. Para ela, a sentença representa um alívio parcial diante de tamanha tragédia.

“Nenhum tempo no mundo trará minha irmã de volta, mas saber que a justiça esta sendo feita traz um alívio para o coração da família. A justiça dos homens foi determinada por um tempo que achamos pouco. Mas creio na Justiça Divina, a qual ele pagará ainda mais por tudo que fez”, disse a assistente administrativa.

Apoio à família e luta por justiça para mulheres trans

Desde o crime, a família de Amanda contou com o suporte do Movimento de Mulheres em São Gonçalo (MMSG), que atuou não apenas no amparo psicossocial, mas também para garantir os direitos civis da vítima após sua morte. Graças à atuação do MMSG, houve a requalificação dos documentos de Amanda, que foi inicialmente sepultada com seu nome de batismo.

Justiça condena homem por transfeminicídio brutal em São Gonçalo
Cantora e passista foi morta a facadas em terreno baldio. Foto: Arquivo pessoal

Marisa Chaves, gestora da entidade, destacou que Amanda foi assassinada por ser uma mulher trans e reforçou a urgência do combate a crimes de ódio como esse.

“A Amanda foi assassinada porque era uma mulher trans, porque se via como uma mulher. Lutamos, há 36 anos, para que esses crimes não fiquem impunes. Precisamos continuar combatendo e prevenindo, com veemência, os feminicídios e os transfeminicídios”, disse a gestora do MMSG, Marisa Chaves.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Super Rádio Tupi.