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Capital Fluminense

Polícia mira quadrilha de milicianos que lavava dinheiro através de criptomoedas

Segundo as investigações, os alvos principais, em pouco mais de um ano, movimentaram R$ 8,5 mi

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Os agentes cumprem mais de 20 mandados de prisão
Os agentes cumprem mais de 20 mandados de prisão - Foto: Divulgação/PCERJ
Os agentes cumprem mais de 20 mandados de prisão

Os agentes cumprem mais de 20 mandados de prisão – Foto: Divulgação/PCERJ

A Polícia Civil realiza nesta quinta-feira (23) uma operação para cumprir 23 mandados de prisão temporária e 63 de busca e apreensão contra uma quadrilha que lavava dinheiro através de empresas de fachada e também por criptomoedas. Segundo as investigações, esse esquema é chefiado por milicianos de Rio das Pedras e Muzema, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Até o momento, 15 pessoas mandados foram cumpridos.

Os principais alvos são Laerte Silva de Lima e Francisco das Chagas de Brito Castro. Juntos, os suspeitos movimentaram cerca de R$ 8,5 milhões em pouco mais de um ano, em transações realizadas, em grande maioria com outros integrantes do grupo paramilitar.

As investigações mostraram que Francisco movimentou R$ 7,5 milhões, entre janeiro de 2017 e julho de 2018, mas relatou trabalhar como encarregado de obras – recebendo a quantia mensal de R$ 4 mil. Já Laerte, apontou diferentes ocupações, apesar disso, nenhuma delas justifica a movimentação de quase R$ 900 mil em cinco meses.

Os investigados utilizavam técnicas como smurffing, ou seja, o fracionamento de uma grande quantia de dinheiro em pequenos valores para escapar do controle administrativo das instituições financeiras, mescla, que é uma mistura de de recursos lícitos com ilícitos, conversão de ativos em bens, criação de empresas de fachada e aquisição de criptomoedas.

“Percebemos hoje que eles estão usando esse tipo de atividade econômica para poder camuflar e dar uma espécie de legalidade ao capital. É mais uma modalidade de estratégia dos criminosos a polícia tem que ficar atentos a isso já que são diversas espécies de criptomoedas no mercado hoje em dia”, disse o delegado Moysés Santana, responsável pela operação.

A Polícia Civil destacou que uma das empresas investigadas, a LP Imóveis, realizou diversas transações de altos valores com pessoas suspeitas de envolvimento direto na construção e venda dos prédios que desabaram na Muzema, em abril de 2019. Os dono desta empresa foram presos.

Um casal, proprietário de uma outra construtora, também foi preso na manhã desta quinta-feira (23) em um condomínio de luxo da Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Eles são acusados de construção ilegal de imóvel no mesmo condomínio dos prédios que desabaram na Muzema.

Casal é preso em operação contra milícia da Zona Oeste

Casal é preso em operação contra milícia da Zona Oeste – Foto: Tatiana Campbell/Super Rádio Tupi

O grupo, além da lavagem de dinheiro, ainda praticavam crimes típicos de milícia como parcelamento ou loteamento ilegal do solo, desmatamento, assim como venda de imóveis irregulares. As investigações irão continuar com o interrogatório dos investigados e testemunhas, bem como análise de todo material apreendido.

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