Economia
Banco Central adia lançamento do Pix parcelado após ataques milionários
Nova função do Pix, que permitiria parcelamento de pagamentos, foi adiada após desvios e ataques que expuseram falhas no sistema financeiro
O Banco Central decidiu adiar o lançamento do Pix parcelado, previsto inicialmente para este mês, após uma onda de ataques e desvios milionários que atingiram o sistema financeiro. A instituição informou que vai priorizar medidas de segurança antes de colocar a novidade em funcionamento, o que deve atrasar a estreia do recurso em pelo menos três meses.
Segundo apurado, a fase de desenvolvimento da ferramenta está quase finalizada. No entanto, o BC pretende avançar com cautela para equilibrar as novas regras de segurança com os modelos de parcelamento do Pix já oferecidos pelos bancos.
O objetivo do novo produto é padronizar essas soluções de crédito, permitindo que o cliente parcele a compra enquanto o recebedor recebe o valor integral imediatamente.
O que muda no calendário do Pix parcelado
- Regulamento do Pix parcelado: previsto para outubro
- Manual de experiência do usuário: só em dezembro
- Início do período de convivência com modelos privados: adiado
- Lançamento oficial: pode atrasar até 3 meses
A decisão de adiar foi tomada após a identificação de desvios milionários ligados a fraudes no sistema e investigações que apontaram conexões de instituições financeiras com o PCC, uma das maiores facções criminosas do país.
Sob a gestão de Gabriel Galípolo, o BC reforçou medidas de controle e segurança. Entre elas estão a limitação de R$ 15 mil por transação em instituições sem licença, a exigência de autorizações antecipadas e a rejeição obrigatória de operações com suspeita de fraude.
Além disso, o órgão promete novas regras para combater contas laranja, contas-bolsão e operações com criptoativos. O regulamento do Pix também deve ser atualizado com punições mais rígidas para descumprimento das normas.
Nos últimos anos, o Banco Central se destacou pela inovação, com o lançamento do Pix em 2020, a implantação do Open Finance e o avanço do Drex, a moeda digital brasileira. Agora, porém, o foco recai sobre a proteção do sistema e o combate ao crime organizado.