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Economia

PIX nos vales alimentação e refeição preocupa trabalhadores e empresas

Especialistas alertam para riscos do uso do Pix no vale-refeição e vale-alimentação. Veja os impactos fiscais e jurídicos em debate.

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PIX nos vales alimentação e refeição preocupa trabalhadores e empresas
PIX - Créditos: depositphotos.com / rafapress

O debate sobre a forma de pagamento dos benefícios de vale-refeição (VR) e vale-alimentação (VA) no Brasil tem ganhado destaque, especialmente com a proposta de utilizar o Pix como meio de pagamento. Essa ideia, no entanto, foi rapidamente descartada pelo governo devido ao risco de desvio de finalidade dos benefícios. Atualmente, o foco das discussões está na redução das taxas cobradas pelas operadoras, que impactam diretamente os estabelecimentos comerciais.

De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), as taxas cobradas pelas operadoras podem variar entre 3,5% e 4,5%. Essas taxas são aplicadas sobre os estabelecimentos comerciais, não diretamente sobre os trabalhadores. O objetivo é encontrar um equilíbrio que não prejudique os comerciantes e, ao mesmo tempo, mantenha a viabilidade do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT).

Quais são os riscos associados ao pagamento do VR e VA via Pix?

A possibilidade de realizar o pagamento dos benefícios por meio do Pix levantou preocupações sobre o futuro do PAT. Especialistas apontam que essa mudança poderia levar à extinção do programa, uma vez que muitos empregadores, especialmente pequenos negócios, poderiam perder o incentivo para oferecer o benefício. Além disso, o pagamento em dinheiro poderia desvirtuar o uso dos benefícios, permitindo que fossem utilizados para fins não alimentícios.

Do ponto de vista jurídico, a proposta de pagamento via Pix contraria a Lei 6.321/76, que estabelece que o vale-refeição deve ser fornecido por meio de convênios com estabelecimentos alimentícios. Para que o pagamento em dinheiro fosse viável, seria necessário alterar a legislação, garantindo que o valor não integrasse o salário do trabalhador.

Quais são os impactos fiscais e tributários do pagamento via Pix?

Outro ponto de preocupação é a possibilidade de que o pagamento dos benefícios via Pix transforme o VR e o VA em salário in natura. Isso teria implicações significativas em encargos trabalhistas e previdenciários, como férias, 13º salário e FGTS. Além disso, o benefício poderia ser considerado rendimento tributável, sujeito à incidência do Imposto de Renda, o que poderia reduzir a renda líquida dos trabalhadores.

Especialistas em Direito do Trabalho alertam que a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST) considera que valores pagos com habitualidade e sem controle de uso configuram parcela salarial. Isso poderia impactar negativamente tanto os trabalhadores quanto as empresas, que perderiam os incentivos fiscais associados ao PAT.

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PIX – Créditos: depositphotos.com / rafapress

Como as taxas das operadoras afetam o Programa de Alimentação do Trabalhador?

As discussões sobre o PAT ganharam força com a alta da inflação dos alimentos, que tem pressionado o governo a buscar soluções. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) sugeriu que o PAT fosse operado diretamente pelo governo, o que poderia gerar uma economia significativa para o setor. No entanto, a ABBT defende que as taxas cobradas pelas operadoras são necessárias para cobrir os custos de credenciamento e fiscalização dos estabelecimentos.

Recentemente, o governo propôs a redução do tempo de repasse dos valores aos lojistas e a padronização das taxas cobradas pelas empresas de benefícios. A ideia é fixar um teto entre 3% e 4% para essas taxas, buscando um equilíbrio que beneficie tanto os comerciantes quanto os beneficiários do programa.

Qual é o futuro dos benefícios de vale-refeição e vale-alimentação no Brasil?

O futuro dos benefícios de vale-refeição e vale-alimentação no Brasil depende de um equilíbrio entre a redução de custos para os estabelecimentos comerciais e a manutenção dos incentivos para os empregadores. As discussões continuam, com o governo e as associações buscando soluções que preservem o PAT e garantam a segurança alimentar dos trabalhadores.

O debate sobre o uso do Pix como meio de pagamento trouxe à tona questões importantes sobre a finalidade dos benefícios e a necessidade de uma regulamentação clara. O foco agora está em encontrar formas de reduzir as taxas cobradas pelas operadoras, garantindo que o programa continue a beneficiar milhões de brasileiros.

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