Por que o sol queima mesmo em dias nublados e deixa a pele sensível sem que a gente perceba

Em muitos dias de céu fechado, a sensação térmica ainda é elevada e algumas pessoas percebem a pele levemente avermelhada após permanecer ao ar livre. Esse fenômeno está diretamente ligado ao comportamento da luz solar, em especial aos raios ultravioleta, que continuam presentes mesmo quando as nuvens encobrem o céu e podem causar danos cumulativos à pele, favorecendo o envelhecimento precoce e aumentando o risco de problemas dermatológicos.

Por que o sol queima mesmo em dias nublados

A explicação está no fato de que as nuvens não funcionam como um bloqueio completo para a radiação ultravioleta. Elas filtram a luz em diferentes intensidades, dependendo do tipo, da espessura e da altura em que se encontram na atmosfera, deixando parte dos raios UV chegar até o solo.

Além disso, a menor luminosidade aparente engana muitas pessoas, que acabam ficando mais tempo expostas ao ar livre. Estudos mostram que, em certos cenários, até cerca de metade da radiação ultravioleta pode atravessar a camada de nuvens, sendo suficiente para causar vermelhidão e outros efeitos na pele em exposições prolongadas.

O que é radiação ultravioleta e como ela age na pele

A radiação ultravioleta, muitas vezes citada pela sigla UV, é dividida em três faixas principais: UVA, UVB e UVC. A maior parte da radiação UVC é bloqueada pela camada de ozônio, enquanto UVA e UVB chegam em diferentes proporções ao solo e interagem de maneira distinta com a pele.

Mesmo em dias encobertos, os raios UVA conseguem atravessar as nuvens com relativa facilidade e penetrar mais profundamente nas camadas da pele. Já a radiação UVB está mais associada à vermelhidão imediata e à sensação de queimação, sendo mais reduzida pelas nuvens, mas nunca totalmente bloqueada.

• UVA: atravessa nuvens, vidros e penetra profundamente na pele.
• UVB: causa queimaduras mais visíveis e é parcialmente bloqueado pelas nuvens.
• UVC: retido quase totalmente na alta atmosfera.

Como o sol consegue atravessar as nuvens

As nuvens são formadas por gotículas de água e cristais de gelo suspensos na atmosfera, que interagem com a luz solar. Quando a luz encontra essas partículas, parte é refletida de volta para o espaço, parte é absorvida e outra fração é espalhada em várias direções, mantendo o ambiente claro mesmo sem sol aparente.

No caso da radiação ultravioleta, as gotículas não conseguem reter toda a energia que chega, permitindo que uma porção atravesse a nuvem e alcance o solo. Em horários de maior incidência, como em torno do meio-dia ou em regiões próximas à linha do Equador, a radiação disponível aumenta, independentemente da presença de nuvens finas ou fragmentadas.

1. A luz solar atinge a camada de nuvens.
2. Parte da radiação é refletida e parte é absorvida.
3. Os raios UV restantes atravessam as nuvens e se dispersam.
4. Essa radiação chega à superfície e interage com a pele e o ambiente.

Esse vídeo do olaciencia explica de forma simples por que o sol consegue queimar a pele mesmo quando o céu está cheio de nuvens:

Quais fatores intensificam a sensação de queimadura

Alguns elementos do ambiente podem potencializar a sensação de que o sol queima, até mesmo em dias nublados. Superfícies claras, como areia, água e concreto, refletem parte da radiação ultravioleta, aumentando a quantidade de luz que retorna em direção ao corpo e elevando a exposição total.

A altitude também influencia, pois em regiões mais altas a atmosfera é mais rarefeita e filtra menos radiação. Assim, em uma mesma condição de nuvens, um local em maior altitude pode receber mais radiação UV do que uma área ao nível do mar, o que torna o sol de montanha potencialmente mais agressivo do que o de praia.

• Areia e água: refletem raios UV e aumentam a exposição.
• Concreto e fachadas claras: ampliam a luminosidade ao redor.
• Altitude elevada: menor camada de ar entre o solo e o sol.

Quais cuidados práticos ter em dias nublados

Compreender por que o sol queima mesmo com nuvens ajuda a adotar hábitos mais seguros no cotidiano. É importante usar protetor solar com fator adequado ao tipo de pele, reaplicá-lo ao longo do dia e preferir roupas que cubram áreas mais expostas, além de acessórios como chapéus de abas largas e óculos escuros com proteção UV.

Também é fundamental ter atenção aos horários de maior incidência, geralmente entre o fim da manhã e o meio da tarde, quando os níveis de radiação ultravioleta tendem ser mais elevados. Pequenos ajustes na rotina, como buscar sombra, monitorar o índice UV e não depender apenas da aparência do céu, ajudam a reduzir o risco de queimaduras, manchas e envelhecimento precoce da pele ao longo do tempo.