Por que o vento de fim de tarde costuma trazer cheiro de terra e deixar o ar com aquela sensação de mudança

O vento de fim de tarde costuma chamar a atenção pelo cheiro de terra molhada que surge mesmo quando não há chuva forte naquele momento, resultado de uma combinação específica de fatores físicos e químicos que atuam sobre o solo, a vegetação, a umidade do ar e a circulação dos ventos.

O que é o cheiro de terra que o vento traz

O chamado cheiro de terra tem nome científico: petrichor. Trata-se de um conjunto de substâncias liberadas pelo solo e por micro-organismos, especialmente bactérias do grupo das actinobactérias.

Quando o ambiente está mais úmido, essas bactérias produzem um composto chamado geosmina, responsável pelo aroma típico de terra molhada que o vento carrega. Além da geosmina, o solo e as plantas liberam outros compostos orgânicos voláteis que se tornam mais perceptíveis em certas condições.

Por que o vento de fim de tarde destaca tanto o cheiro de terra

O vento de fim de tarde marca a transição entre o calor do dia e o resfriamento do início da noite, alterando pressão e circulação do ar. Em muitas regiões, esse período coincide com aumento da umidade e formação de nuvens, mesmo sem chuva intensa.

Nesse momento, o solo, as folhas e outras superfícies liberam o calor acumulado, e o ar mais fresco e úmido ajuda a suspender poeira, gotículas de água e compostos químicos do solo. O nariz humano, muito sensível à geosmina, detecta facilmente esse aroma característico de terra molhada.

• No fim da tarde, a temperatura tende a cair.
• A umidade do ar costuma aumentar em dias de calor.
• O solo úmido libera mais geosmina e outros compostos.
• O vento espalha essas partículas por áreas mais amplas.

Como o solo e a umidade influenciam esse aroma

Nem todo lugar tem o mesmo solo cheiro de terra no fim da tarde, pois a intensidade depende do tipo de solo, da presença de matéria orgânica e da quantidade de chuva recente. Solos ricos em vida microbiana, como em áreas de mata, jardins e plantações, tendem a produzir mais geosmina.

A umidade também é decisiva: após um dia quente, até uma garoa leve ou o acúmulo de orvalho ativam os compostos presentes no chão. Em regiões secas, períodos de maior umidade tornam o cheiro de terra molhada ainda mais evidente, já que o olfato fica mais “carente” desse tipo de estímulo ambiental.

1. Chuva leve ou aumento de umidade entram em contato com o solo.
2. Micro-organismos liberam geosmina e outros compostos.
3. O ar mais fresco e úmido do fim de tarde ajuda a suspender essas partículas.
4. O vento distribui o aroma por bairros, campos e áreas arborizadas.

Esse vídeo de Imaginário Curioso comenta por que o vento vespertino realça tanto o cheiro do solo e chuva:

O cheiro de terra ao entardecer é igual em todos os lugares

O cheiro de terra levado pelo entardecer vento no entardecer varia conforme o ambiente. Em áreas rurais, com solo exposto, plantações e vegetação nativa, o aroma tende a ser mais forte do que em zonas muito urbanizadas, cobertas por concreto e asfalto.

O tipo de vegetação também interfere, pois florestas, cerrado, restingas e plantações agrícolas liberam misturas diferentes de cheiros. Em muitas regiões, o vento de fim de tarde traz não só o cheiro de terra, mas também notas de folhas, flores e madeira úmida, sempre com a geosmina como componente marcante.

Por que esse cheiro de terra ao entardecer marca tanto a memória

A curiosidade em torno do vento de fim de tarde com cheiro de memória terra está ligada à forma como o cérebro processa os aromas, que têm conexão direta com áreas responsáveis pela memória e pelas emoções. Assim, o perfume de terra molhada associa-se a momentos específicos, lugares visitados e mudanças de estação.

Quando o vento retorna trazendo esse conjunto de cheiros da natureza, muitas pessoas reconhecem a sensação de imediato, mesmo sem saber o que estão inalando. Em 2025, pesquisadores continuam estudando como esses compostos atuam e como o olfato reage a pequenas concentrações de geosmina, mostrando que esse simples cheiro resulta de uma interação complexa entre clima, solo, micro-organismos e percepção sensorial.