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Por que reorganizar o armário vira alívio na ansiedade e quando isso merece atenção, segundo a psicologia

Quando o caos interno pede ordem por fora

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Por que reorganizar o armário vira alívio na ansiedade e quando isso merece atenção, segundo a psicologia
Alguns sentimentos nos levam a querer manter tudo organizado, sem nem saber o por quê

Quando a ansiedade aperta, muita gente corre para uma tarefa aparentemente simples: arrumar gavetas, dobrar roupas, alinhar cabides. Para psicólogos, reorganizar o armário quando se sente ansiosa pode ser uma forma rápida de acalmar o corpo e a mente, criando uma sensação de ordem por fora quando tudo parece bagunçado por dentro.

Reorganizar o armário quando se sente ansiosa é um sinal comum?

Sim, é mais comum do que parece. Em momentos de tensão, o cérebro busca algo previsível para se apoiar, e tarefas visuais como organização entregam resultado rápido. Isso pode reduzir a agitação porque a pessoa enxerga progresso, começo, meio e fim.

Para muitos psicólogos, esse comportamento se encaixa na ideia de limpeza e ordem como controle emocional. Ao arrumar o espaço, a mente “empresta” calma do ambiente para o que está sentindo, mesmo que por alguns minutos.

Aqueles momentos que tudo parece fora de controle precisam de um momentinho de controle – Créditos: depositphotos.com / rayp808

Como limpeza e ordem viram controle emocional?

A ansiedade costuma vir com sensação de ameaça difusa, como se algo estivesse fora do lugar sem você conseguir apontar exatamente o quê. Organizar é uma resposta prática: você transforma um desconforto abstrato em um problema concreto, com etapas claras e solução visível.

Quando o armário fica alinhado, aparece uma sensação de controle que ajuda o cérebro a sair do modo alerta. É por isso que algumas pessoas sentem leveza logo depois de dobrar, separar por cores ou “zerar” uma bagunça.

Quais razões psicológicas explicam esse comportamento?

Esse impulso pode ter diferentes raízes emocionais e não significa a mesma coisa para todo mundo. Para entender melhor, aqui vão motivos psicológicos frequentes que aparecem na clínica e na pesquisa comportamental:

  • ansiedade e necessidade de ordem porque o ambiente organizado reduz estímulos e facilita a sensação de previsibilidade.
  • intolerância à incerteza quando a mente tenta diminuir o “não sei” criando regras e padrões no que é controlável.
  • perfeccionismo e ansiedade quando a pessoa busca “deixar tudo certo” para aliviar a autocrítica e a tensão interna.
  • alívio imediato do estresse porque a tarefa ocupa a atenção e reduz ruminações por alguns instantes.
  • ritual de arrumação como uma rotina automática que sinaliza segurança, parecido com um “voltar para o eixo”.
  • coping de curto prazo quando a organização vira uma estratégia rápida para não entrar em contato com emoções desconfortáveis.

Quando organizar ajuda e quando vira armadilha?

Organizar pode ser um recurso saudável quando funciona como pausa, respiro e retomada de clareza. O problema é quando vira a única saída: a pessoa sente que só consegue ficar bem se estiver arrumando, revisando, limpando ou reordenando coisas o tempo todo.

✅ Ajuda quando
Você arruma, sente melhora e consegue seguir o dia sem precisar “consertar” tudo ao redor.
⚠️ Vira armadilha quando
A ansiedade volta em minutos e você sente urgência de reorganizar de novo para “aguentar”.
🧩 Sinal de atenção
Quando a organização vira obrigação rígida e gera culpa se algo sai do “padrão”.
🕰️ Ponto-chave
Se a arrumação começa a roubar tempo, sono ou relações, vale olhar para a raiz emocional.

A Hedrea Coutinho, em seu canal do TikTok, faz uma reflexão muito boa sobre esse sentimento:

@hedreacoutinho

Para poder arrumar aí dentro tem que tirar algumas coisas, é desconfortável mas necessário

♬ Stories 2 – Danilo Stankovic

Como aliviar a ansiedade sem depender da organização?

Se reorganizar o armário te ajuda, ótimo, mas é melhor quando isso é uma ferramenta entre várias. O objetivo é ampliar o repertório, para que você não precise “arrumar o mundo” toda vez que sentir aperto no peito.

Uma alternativa é criar estratégias de enfrentamento saudáveis que atuem direto no corpo e na mente, como respiração guiada, pausa de tela, caminhada curta, escrever por cinco minutos ou conversar com alguém de confiança. Quando o cuidado vira rotina, a ansiedade perde o monopólio do seu comportamento.

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