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Anderson Silva deve receber uma indenização de10,33 milhões de dólares em processo contra o UFC
Acordo judicial contra o UFC marca novo capítulo no MMA.
Anderson Silva, um dos maiores nomes da história do MMA, está entre os principais beneficiários de um acordo judicial milionário contra o UFC. O ex-campeão brasileiro deve receber cerca de 10,33 milhões de dólares, resultado de uma ação coletiva que reuniu mais de mil lutadores contra a organização por práticas anticompetitivas.
Quanto o valor que Anderson Silva irá receber representa para os cofres do UFC
O processo iniciado em 2014 resultou em um acordo total de US$ 375 milhões, aprovado em fevereiro de 2025 pelo juiz federal Richard Boulware. Desse montante, US$ 126 milhões foram destinados à cobertura de honorários legais, enquanto os US$ 251 milhões restantes acabaram divididos entre os lutadores elegíveis, incluindo Anderson Silva.
Anderson, ao lutar no UFC entre dezembro de 2010 e junho de 2017, foi incluso automaticamente como membro da classe (‘class member’), sem precisar solicitar o pagamento. Agora cabe ao ‘Spider’ aceitar ou recusar o valor recebido na ação.
O menor pagamento identificado foi de US$ 16.138,45, conforme consta nos documentos judiciais. A média gira em torno de US$ 250 mil por lutador, com aproximadamente 35 atletas recebendo mais de US$ 1 milhão cada.
Como o UFC foi envolvido em práticas anticompetitivas
Entre 2010 e 2017, o UFC foi acusado de adotar políticas que restringiam a liberdade de seus lutadores. A ação coletiva baseou-se em alegações de que a empresa monopolizou o mercado, impedindo que atletas buscassem melhores oportunidades em outras organizações.
Essas práticas incluíam limitações de contratos e controle excessivo das condições de negociação. De acordo com o processo, tais condutas criaram um ambiente de dependência dos lutadores em relação à organização, dificultando o crescimento e a valorização profissional.
Entenda o acordo antitruste que abalou o UFC
A ação coletiva alegava que o UFC, controlado à época pela Zuffa (atualmente parte do grupo TKO Holdings), monopolizou o mercado e restringiu a competição entre promotoras, prejudicando a remuneração e mobilidade dos lutadores.
O UFC foi acusado de práticas como contratos exclusivos com cláusulas restritivas, ameaças de represálias a atletas que lutassem por outras organizações e aquisições de concorrentes, como Pride, WEC e Strikeforce, para centralizar o mercado. O processo abrangia lutadores que atuaram entre dezembro de 2010 e junho de 2017, período em que o UFC se consolidou como principal entidade de MMA no mundo.
O impacto do caso para o futuro do MMA
Este acordo estabeleceu um precedente importante, forçando o debate sobre os direitos trabalhistas e contratuais dos atletas. Ele reforça a importância de condições mais equilibradas e de oportunidades mais justas para todos os envolvidos no esporte.
À medida que o MMA continua a crescer em visibilidade e estrutura, espera-se que essa decisão inspire mudanças significativas. Para ídolos como Anderson Silva e as próximas gerações de lutadores, o caso simboliza uma vitória não apenas nos tribunais, mas também na luta por reconhecimento e respeito dentro do octógono.