Esportes
Clube que jogará o Mundial criará empresa nos EUA para fugir de taxação de Trump
Flamengo vota na próxima terça-feira se vai criar uma empresa para fugir das taxas de Donald Trump no Super Mundial de Clubes; premiação prevista é de US$ 20 milhões
O Conselho Deliberativo do Flamengo votará, na terça-feira (20), se deve ou não criar uma empresa temporária nos Estados Unidos. A proposta feita pelo presidente Bap visa fugir da taxação do governo do presidente norte-americano Donald Trump. A intenção é tornar o prêmio mais lucrativo do que o clube deve receber pela participação na Copa do Mundo de Clubes.
O Rubro-negro visa aprovar a ideia com pressa, porque a primeira parcela do pagamento da Fifa está prevista para paga o dia 29 de maio. Caso a proposta seja aprovada, a empresa terá utilidade apenas para receber o dinheiro destinado à premiação, sendo extinguida logo em seguida. A informação foi publicada primeiramente pelo site “Coluna do Fla”.
Conforme a apresentação do presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, em reunião na Gávea, os clubes podem pagar até 46% de impostos sobre a premiação com a taxação atual do governo americano. O clube pretende diminuir essa taxação para 21% com a criação de uma empresa no país norte-americano. Este movimento ocorre porque a Fifa não conseguiu isentar a tributação que geralmente consegue nestes torneios.
A estimativa é de que o Mais querido receba ao menos US$ 20 milhões, cerca de R$ 112 milhões na cotação atual, apenas com a participação na Copa do Mundo de Clubes da Fifa. Segundo a entidade máxima do futebol, os clubes sul-americanos receberão uma cota de US$ 15,2 milhões (R$ 85,7 milhões) apenas pela participação, além de US$ 2 milhões (R$ 11,2 milhões) por vitória e US$ 1 milhão (R$ 5,6 milhões) por empate na fase de grupos.
O clube estima atingir os US$ 20 milhões com o valor da participação mais a premiação para duas vitórias e um empate na fase de grupos. O Flamengo está no Grupo D e terácomo adversários o Chelsea, da Inglaterra e o Espérance, da Tunísia. O León, do México, era o quarto time, mas foi excluído pela Fifa por pertencer a Jesús Martínez Patiño, o mesmo dono do Pachuca, também do México. A delegação rubro-negra embarca para os Estados Unidos no dia 10 de junho e estreia no dia 16, contra o Espérance.
Se o Flamengo avançar para as oitavas de final do torneio, vai obter mais US$ 7,5 milhões (R$ 42,3 milhões). E, em caso de classificação, ainda poderá somar mais US$ 13,1 milhões (R$ 73,8 milhões) nas quartas de final, US$ 21 milhões (R$ 118,4 milhões) na semifinal e US$ 40 milhões (R$ 225,6 milhões) se for campeão, totalizando US$ 102,8 milhões (R$ 579,7 milhões) em premiação.
A FIFA se pronunciou sobre o assunto. Confira a nota oficial abaixo:
Nota Oficial Mundial de Clubes
EUA vai tributar as receitas dos clubes brasileiros para o Mundial de Clubes da FIFA 2025
A FIFA informou aos clubes brasileiros que disputarão o Mundial de Clubes, entre junho e julho de 2025, nos Estados Unidos que, diferentemente do que ocorreu na Copa do Mundo de Seleções, o governo americano não concederá isenção fiscal às receitas geradas durante o torneio.
De acordo com a legislação tributária vigente nos Estados Unidos, pagamentos feitos pela FIFA a clubes representantes de países que não possuem acordo de bitributação com os EUA — como é o caso do Brasil — estão sujeitos a uma retenção de 30% em impostos federais, além de possíveis encargos estaduais e locais e taxas administrativas.
Para reduzir o impacto desses tributos e assegurar que os valores devidos aos clubes brasileiros sejam recebidos de forma mais eficiente e transparente, seguindo as melhores práticas internacionais de governança, foi recomendada por consultorias especializadas a constituição de empresa nos Estados Unidos, com finalidade exclusiva de administrar receitas e despesas vinculadas ao Mundial.
A constituição dessa empresa é temporária e restrita à participação no torneio, sem qualquer impacto sobre a estrutura esportiva, jurídica ou operacional dos clubes no Brasil, servindo apenas para o fim específico de redução da retenção tributária das receitas do Mundial de Clubes 2025 de 30% para algo em torno de 21% ainda deduzindo as despesas referentes ao Mundial.
