Esportes
Presidente do Vila Nova detona punição “branda” a Bruno Henrique no STJD
Hugo Jorge Bravo critica disparidade entre punições e diz que atacante do Flamengo “não foi punido”
A punição a Bruno Henrique segue gerando polêmica no futebol brasileiro. O presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, autor da denúncia que originou a Operação Penalidade Máxima, afirmou que a decisão do STJD foi branda, incoerente e distante das sanções aplicadas a atletas de divisões inferiores.
Segundo Bravo, o atacante do Flamengo foi beneficiado por uma multa de R$ 100 mil, valor considerado baixo diante do salário do jogador. O julgamento realizado na última quinta-feira encerrou o processo e liberou Bruno Henrique para atuar normalmente, após acusação de forçar um cartão amarelo em jogo contra o Santos, em 2023.
Críticas à decisão do STJD
Hugo Bravo lembrou que foi ele quem levou ao Ministério Público de Goiás a primeira prova do esquema de manipulação de resultados, dando início à operação que ganhou repercussão nacional. Por isso, afirmou ter “total tranquilidade” para criticar o desfecho do caso envolvendo o atacante.
“A punição ficou muito branda. Para falar a verdade, não teve punição”, declarou o dirigente, destacando a “desproporção e incoerência” quando comparada às penalidades aplicadas em atletas de menor projeção.
Ele citou, por exemplo, casos de jogadores do próprio Vila Nova. Gabriel Domingos, que apenas emprestou a conta bancária para repasse de dinheiro, recebeu 720 dias de suspensão. Já Romário, que originou a denúncia ao negar participar do esquema, chegou a ser banido, até ter a pena reconsiderada.
Entenda a Operação Penalidade Máxima
A Operação Penalidade Máxima teve início em 2022 e investigou um forte esquema de manipulação de resultados para beneficiar apostadores. As apurações apontaram ofertas a jogadores para provocar lances específicos — como cartões, pênaltis e gols — mediante pagamento.
As fases da operação resultaram em denúncias contra pelo menos 15 atletas, vários intermediários e apostadores. O caso que desencadeou a investigação começou quando o volante Romário, então no Vila Nova, relatou ter recebido oferta de R$ 150 mil para cometer um pênalti contra o Sport, na Série B de 2022. Ele recusou e levou o caso ao presidente do clube, que reuniu provas e levou ao MP-GO.
Desde então, a operação se tornou referência nacional no combate à manipulação, influenciando mudanças em regulamentos e ampliando o monitoramento de apostas.
Disparidade nas punições reacende debate
A fala de Hugo Bravo reacende uma discussão que já vinha ganhando força no esporte brasileiro: a diferença entre as decisões da Justiça Desportiva quando o envolvido é um atleta de grande clube ou um jogador de divisões inferiores.
Para o dirigente, a punição aplicada a Bruno Henrique não condiz com o impacto do crime desportivo investigado, tampouco com o rigor usado em outros casos, gerando, segundo ele, “sensação de impunidade”.