Esportes
Lendário estádio europeu será demolido
Prefeitura de Milão aprovou a venda da arena para Inter e Milan. O acordo foi fechado por 197 milhões de euros (R$ 1,23 bilhão)
O lendário estádio San Siro será demolido depois que a prefeitura de Milão aprovou, em votação histórica, a venda da arena para Inter e Milan. O acordo, fechado por 197 milhões de euros (R$ 1,23 bilhão), põe fim a anos de incertezas sobre o futuro de um dos palcos mais emblemáticos do futebol mundial.
A decisão foi tomada após mais de 11 horas de debate, terminando com 24 votos a favor e 20 contra. O resultado só foi anunciado de madrugada, às 4h no horário local (23h de Brasília, segunda-feira).
Pressão de Inter e Milan
Os dois gigantes italianos haviam deixado claro que poderiam abandonar a cidade caso a venda não fosse aprovada. Agora, passam a ser os donos do estádio e também de 28 hectares de terrenos públicos localizados na zona oeste de Milão, região densamente habitada.
Vale lembrar que ambos os clubes são atualmente controlados por fundos de investimento dos Estados Unidos, fator que acelerou o processo de negociação com o prefeito Giuseppe Sala.
Corrida contra o tempo
Apesar da vitória política, existe uma pressa em concluir a transação. A venda precisa ser formalizada antes de 10 de novembro, quando entra em vigor uma lei de proteção a edifícios públicos que poderia impedir a demolição do San Siro.
Caso o cronograma seja cumprido, Inter e Milan terão luz verde para dar início ao projeto de um novo estádio, avaliado em 1,2 bilhão de euros (R$ 7,5 bilhões).
Novo estádio para 2031
O plano prevê a inauguração do novo San Siro em 2031, com capacidade para 71.500 torcedores. Na sequência, o estádio atual, o maior da Itália com espaço para 75 mil pessoas, será oficialmente demolido.
A mudança marca o fim de uma era. O San Siro recebeu Copas do Mundo, finais de Champions League e shows históricos, consolidando-se como um verdadeiro templo esportivo e cultural da Europa.
Debate político acirrado
O processo só foi aprovado graças à abstenção dos vereadores do partido de direita Forza Italia, fundado por Silvio Berlusconi, ex-primeiro-ministro e ex-dono do Milan. Já partidos como Liga e Fratelli d’Italia, além de parte da própria base de esquerda de Sala, votaram contra a proposta.
A divisão política reflete a polêmica em torno da decisão: de um lado, a modernização da infraestrutura; de outro, a perda de um patrimônio que faz parte da história do futebol mundial.
Fim de uma era em Milão
A aprovação da venda confirma uma tendência mundial: grandes clubes buscando arenas próprias para ampliar receitas e modernizar sua estrutura. Para os torcedores, no entanto, ficará a saudade do San Siro, palco de memórias inesquecíveis do futebol italiano.