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Justiça dos EUA suspende veto de governo Trump a estrangeiros em Harvard
Após a proibição de alunos estrangeiros, Harvard ainda entrou com um processo contra o governo dos EUA
A Justiça Federal dos Estados Unidos suspendeu temporariamente o veto que impedia a Universidade de Harvard de aceitar estudantes estrangeiros. A decisão foi tomada pela juíza Allison Burroughs, do tribunal de Massachusetts, que considerou a medida inconstitucional.
A suspensão vale até uma audiência preliminar marcada para a próxima quinta-feira (29). A decisão judicial ocorre menos de 24 horas após o anúncio do veto pelo Departamento de Segurança Interna, o que levou Harvard a processar o governo do presidente Donald Trump.
A instituição, que conta com mais de 10 mil estudantes e acadêmicos de 144 países — entre eles, 318 brasileiros —, foi duramente criticada por Trump, que a acusa de ser um foco de liberalismo progressista e antissemitismo.
Alan Garber, presidente interino de Harvard, classificou a medida do governo como ilegal e prejudicial ao futuro de milhares de estudantes e pesquisadores. “Coloca em perigo o futuro de milhares de estudantes e acadêmicos da Universidade de Harvard”, afirmou.
Como retaliação, o governo federal suspendeu mais de US$ 2 bilhões em subsídios e bloqueou contratos no valor de US$ 60 milhões com a universidade, além de deportar uma cientista da Faculdade de Medicina.
A Casa Branca reagiu à suspensão do veto com ataques à magistrada. Stephen Miller, assessor de Trump, acusou Burroughs de “criar um direito constitucional para estrangeiros com dinheiro dos impostos americanos”.
Nas redes sociais, Harvard reafirmou seu compromisso com a diversidade acadêmica: “Sem seus estudantes internacionais, Harvard não é Harvard”, escreveu a instituição no X, antigo Twitter. A universidade também repostou uma nota dizendo que “continuará a se defender contra a interferência ilegal do governo, que visa sufocar a pesquisa e a inovação, as quais tornam os americanos mais seguros e protegidos”.