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Primeira missa: papa Leão 14 clama por Igreja que ilumine o mundo
Em sua primeira homilia, novo pontífice critica culto ao prazer e destaca papel espiritual da IgrejaDurante sua primeira homilia como pontífice, na manhã desta sexta-feira (9), o papa Leão 14 declarou que deseja que a Igreja Católica seja um “farol que ilumina as noites do mundo”. A cerimônia foi realizada na Capela Sistina, em Roma, diante de cardeais reunidos após a eleição do novo papa, ocorrida na última quinta-feira (8).
O pontífice criticou o declínio da fé e o crescimento da valorização de “outras seguranças”, como dinheiro, poder, sucesso e prazer. Segundo ele, a missão da Igreja deve ser espiritual e transformadora, e não baseada em prestígio ou poder.
Veja o momento:
O que simboliza a mensagem do novo papa?
Leão 14 reforçou que a Igreja precisa se identificar pela santidade de seus membros, não pela grandiosidade de seus edifícios. A homilia teve forte tom espiritual e seguiu a linha pastoral de seu antecessor, o papa Francisco, falecido em abril deste ano.
“Deus me confiou este tesouro para que, com a sua ajuda, eu possa ser seu administrador fiel em benefício de todo o Corpo Místico da Igreja. Ele o fez para que ela seja cada vez mais plenamente uma cidade sobre o monte, uma arca de salvação navegando pelas águas da história e um farol que ilumina as noites deste mundo”, disse.
Como Leão 14 enxerga o papel de Jesus nos tempos atuais?
O papa também alertou para uma visão deturpada da figura de Jesus Cristo, reduzido por muitos a apenas um “líder carismático ou super-homem”. Ele criticou o que chamou de ateísmo prático, inclusive entre cristãos batizados, que vivem longe da essência da fé.
Além disso, Leão XIV homenageou São Pedro, considerado o primeiro papa, e pediu sua bênção para a nova jornada. No domingo (11), o pontífice fará sua primeira oração pública do Regina Coeli, da sacada central da Basílica de São Pedro, às 7h (horário de Brasília).
Quem é o papa Leão 14?
Nascido em Chicago (EUA), Robert Francis Prevost é o primeiro papa americano da história da Igreja Católica. Agostiniano e de perfil progressista, também possui cidadania peruana, adquirida após anos de trabalho pastoral no país. Ele foi nomeado bispo de Chiclayo, no Peru, em 2015, onde atuou junto a comunidades carentes.
Durante seu discurso inaugural, ele se dirigiu em espanhol à população da cidade: “Minha querida diocese de Chiclayo, onde um povo fiel acompanhou seu bispo…”. A fala evidenciou a ligação afetiva e espiritual com a América Latina, e a continuidade da aproximação entre o Vaticano e o continente.
