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Baixada Fluminense

Número de agentes de segurança baleados mais que dobrou no Grande Rio

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública indicam que, em 2020, sete cidades do Rio de Janeiro ficaram entre os dez maiores municípios do país com as mais altas taxas de letalidade policial

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em

Policial Militar
Foto/Divulgação PM

Foto/Divulgação PM

O mês de julho ficou marcado pelo elevado número de agentes de segurança vítimas da violência armada na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Apenas neste mês, o Instituto Fogo Cruzado registrou 21 agentes de segurança baleados, ou seja, 110% a mais que o registrado no mesmo período do ano passado. Do total, 8 morreram – entre eles, 1 estava em serviço, 4 fora de serviço e 3 eram aposentados. Entre os feridos, 6 foram atingidos quando estavam em serviço, 6 fora de serviço e um era aposentado.

“O número de agentes baleados vem crescendo depois de uma queda significativa nos últimos meses. Desde janeiro a ADPF 635 vem sendo desrespeitada e ações policiais sem o devido planejamento vem sendo feitas, como mostra o estudo conjunto da UFF e Fogo Cruzado, vitimando inclusive policiais. A análise dos dados de vitimização de agentes no primeiro semestre deixa isso ainda mais claro”, avalia Cecília Olliveira, diretora executiva do Instituto Fogo Cruzado.

A Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 635, citada pela diretora do Fogo Cruzado, foi ajuizada pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) no Supremo Tribunal Federal. A pretensão era de que “fossem reconhecidas e sanadas graves lesões a preceitos fundamentais constitucionais, decorrentes da política de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro marcada pela excessiva e crescente letalidade da atuação policial”. A ação restringiu a realização de operações policiais nas comunidades do Rio durante a pandemia.

Aumenta número de agentes vítimas da violência armada no Grande Rio. Foto: Reprodução Fogo Cruzado

Aumenta número de agentes vítimas da violência armada no Grande Rio. Foto: Reprodução Fogo Cruzado

Na última semana do mês de julho, dois agentes de segurança foram mortos a tiros em menos de 24 horas. O cabo da Polícia Militar, Leonardo Sá da Silva, de 39 anos, foi baleado durante uma tentativa de assalto na manhã do dia 28, na Rua da Matriz, no Centro de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Já o Policial Civil Marcelo dos Santos Dias Cola, de 56 anos, foi morto por bala perdida durante uma ação da PM na Rua Noronha Torrezão, em Santa Rosa, Niterói, quando passeava com o cachorro. O caso aconteceu na noite do dia 27.

O levantamento do Instituto Fogo Cruzado aponta que a Polícia Militar é a categoria mais afetada pela violência armada. Entre os 21 agentes baleados no mês, 16 eram PMs, 2 eram militares das Forças Armadas, 1 era da Polícia Civil, 1 era do Corpo de Bombeiros e 1 era Guarda Municipal.

Ao todo, no mês de julho, 179 pessoas foram baleadas no Grande Rio: destas, 94 morreram e 85 ficaram feridas. O número de pessoas mortas e feridas foi 59% e 89% maior, respectivamente, na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando houve 104 baleados, sendo 59 mortos e 45 feridos.

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública indicam que, em 2020, sete cidades do Rio de Janeiro ficaram entre os dez maiores municípios do país com as mais altas taxas de letalidade policial: Japeri, Itaguaí, Angra dos Reis, São Gonçalo, Queimados, Mesquita e Belford Roxo, são as cidades com mais de 100 mil habitantes com as mais altas taxas de letalidade em operações das polícias.

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