Angra III: Deputado vai cobrar do BNDES projeto financeiro para conclusão das obras

A possibilidade do Brasil se envolver no programa nuclear argentino através de um possível financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Socials (BNDES), que tem por finalidade ajudar nas obras emergenciais de reparo da usina de Atucha II, gerou satisfação e ao mesmo tempo preocupação ao líder da Frente Parlamentar Mista de Tecnologia e Atividades Nucleares (FPN), deputado Júlio Lopes (PP).

Segundo o parlamentar, a iniciativa é louvável, mas para ele, o BNDES deveria primeiro olhar para o próprio país e liberar integralmente o projeto financeiro de investimento para o término das obras de Angra III, na Costa Verde, onde já estão em funcionamento as usinas de Angra I e Angra II, que transformou a região no Pólo Nuclear do estado e contribuindo com a geração de empregos diretos e indiretos durante sua construção e operação da unidade.

Para tentar entender o que vem dificultando a liberação do projeto financeiro para o término das obras de Angra III, o parlamentar irá marcar um encontro com a presidência do BNDES na próxima semana. Júlio lembra ainda que a obra de Angra III, que tinha uma previsão de término em 2029, só será concluída em 2032; e depende ainda de um investimento de cerca de R$ 20 bilhões para sua conclusão.

“Não vejo nenhum problema em o Brasil colaborar no desenvolvimento nuclear de países da América do Sul; mas acho importante primeiro investirmos na nossa casa. Sou um defensor do uso da aplicação da energia nuclear em diversas áreas como na saúde e agricultura; mas precisamos retomar imediatamente o projeto Angra III, e o BNDES é de fundamental importância para que isso ocorra com a liberação dos recursos necessários. Tenho plena confiança e certeza que assim será feito, já que a energia nuclear pode no futuro desempenhar um papel fundamental na luta contra a descarbonização do planeta, sendo de grande importância para a transição de uma energia limpa em todo o mundo”, disse.