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Internacional

‘Bolsonaro não tem medido esforços para provar que é lambe-botas dos Estados Unidos’, afirma Lula

Ex-presidente criticou a postura adota pelo governo brasileiro de apoiar Donald Trump no conflito com o Irã

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Ex-presidente criticou a postura adota pelo governo brasileiro de apoiar Donald Trump no conflito com o Irã
(Foto: Reprodução/Instituto Lula)

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a postura do governo brasileiro mediante ao conflito entre Estados Unidos e Irã. Segundo Lula, a “subserviência” de Jair Bolsonaro a Donald Trump pode gerar problemas ao país. As declarações foram feitas, nesta quarta-feira, durante entrevista transmitida na internet pelo Diário do Centro do Mundo.

Logo no início da entrevista, o ex-presidente alegou ser um erro se envolver no confronto. “A época não é própria, não é adequada para um país como o Brasil se meter em confusão numa briga externa. O Brasil é um país que não tem contencioso. […] O papel de um país como o Brasil era não se meter nisso. O Brasil tem superávit comercial com o Irã. Pode ser parceiro do Irã e dos Estados Unidos. O Brasil não tinha cair de joelhos nos pés do presidente Trump e logo concordar que o ataque ao general foi um ataque a um terrorista”, analisou.

“Bolsonaro não tem medido esforços para provar que é lambe-botas dos Estados Unidos. Já bateu continência para a bandeira americana, ficou orgulhoso de um encontro de 17 segundos que teve com o Trump, tem orgulho de o filho dele ser amigo daquele cidadão americano que orientou aquele tal de Guaidó se autoprocolamar presidente da Venezuela. O que fico triste é que os americanos criam essa situação melancólica, triste e patética e o governo Bolsonaro vai atrás tentando mostrar que tudo de errado é a Venezuela”, declarou.

De acordo com Lula, tais atitudes vão na contramão do discurso de soberania adotado por Bolsonaro: “Acho que é a incompetência de não saber o orgulho que dá ser presidente de um país soberano. […] O cidadão tem que ser altivo”.  “Ô, Bolsonaro, o Brasil não precisa disso, não precisa ser lambe-botas de ninguém, não tem que falar duro com a Bolívia e manso com os Estados Unidos. Tem que ser respeitado pela Bolívia e pelos Estados Unidos, pela China e pelo Uruguai, pelo Paraguai e pela Rússia. É assim que se constrói um país soberano, capaz de ser agregador e não desagregador como vocês estão construindo”, alertou.

Na sequência, o petista argumentou ainda que a posição de Bolsonaro simboliza uma ruptura com a tradição diplomática do país. “Por que o Brasil tinha que se meter nisso? Por que o Brasil não se dispõe a ajudar, conversar e construir alguma coisa mais útil para o povo brasileiro na sua relação internacional?”, ponderou.

Lula também garantiu que, enquanto esteve no poder, se certificou que não havia terrorismo ou armas nucleares no Irã. Para ele, o bombardeio estadunidense que matou o general iraniano Qassem Soleimani teve fins puramente eleitoreiros.  “O Trump sabe que não está fácil a reeleição com a quantidade de coisa que ele faz lá. Ele sabe que pode perder a eleição. Então, uma guerra sempre ajuda muito. É o que ele está provocando”, afirmou.

 

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