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Em novas mensagens, Dallagnol revela que desembargador do TRF-4 achava provas contra doleiro ‘fracas’

O procurador Deltan mostrou preocupação com a possibilidade de absolvição de Adir Assad antes de delação

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A revista “Veja” em parceria com o site “The Intercept” divulgou mais trechos de conversas entre membros da força-tarefa da Lava-Jato. Nas mensagens, o procurador Deltan Dallagnol disse aos seus colegas que o desembargador João Pedro Gebran Neto, achava fracas as provas contra o doleiro Adir Assad durante o julgamento de um processo em 2017. Ainda nas mensagens, o relator dos processos da operação na segunda instância pede para outro procurador sondar se Gebran tinha intenção de inocentar o réu.

Na época, o Ministério Público Federal negociava a delação premiada de Assad e uma eventual absolvição do doleiro pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região poderia afetar a operação. O doleiro, que já tinha sido condenado na primeira instância, acabou tendo a sentença confirmada pelo TRF-4 por 3 votos a 0.

“O Gebran tá fazendo o voto e acha provas de autoria fracas em relação ao Assad”, afirma Deltan.

Em conversa no dia 5 de junho de 2017, o procurador Carlos Augusto da Silva Cazarré, Deltan relata que teve dois “encontros fortuitos” com o desembargador do TRF-4 e volta a citar a preocupação com as provas.

“Falei com ele umas duas vezes, em encontros fortuitos, e ele mostrou preocupação em relação à prova de autoria sobre Assad”, escreveu o procurador. Deltan pede para o colega “sondar se absolverão Assad”:

“Se for esse o caso, talvez fosse melhor pedir para agilizar o acordo ao máximo para garantir a manutenção da condenação”, diz Deltan.

Já Dallagnol não quis comentar a liberação das novas mensagens feitas pela revista “Veja”. Sobre os vazamentos, o MPF afirma que os procuradores têm sido vítima de crime.

“As supostas mensagens atribuídas a integrantes da força-tarefa são oriundas de crime cibernético e não puderam ter seu contexto e veracidade verificados. Diversas dessas supostas mensagens têm sido usadas, editadas ou descontextualizadas, para embasar falsas acusações que contrastam com a realidade dos fatos.”

Gebran respondeu às questões enviadas pela revista: “Em relação ao réu Adir Assad (ou qualquer outro réu), trata-se de questão processual e que somente autoriza manifestação nos autos, pelo que nunca externei opinião ou antecipei minha convicção sobre qualquer processo em julgamento.”

 

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