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Política

FHC critica governo Bolsonaro e diz ser preciso abandonar ‘criacionismo e terra-planismo’

Em artigo publicado no último domingo, ex-presidente aconselhou atual gestão a cessar a "guerra contra o marxismo cultural e o globalismo"

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Em artigo publicado no último domingo, ex-presidente aconselhou atual gestão a cessar a "guerra contra o marxismo cultural e o globalismo" (Foto: Reprodução)

Em artigo publicado no último domingo, ex-presidente aconselhou atual gestão a cessar a “guerra contra o marxismo cultural e o globalismo”
(Foto: Reprodução)

Por meio de artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo, no último domingo, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) criticou o governo de Jair Bolsonaro (Sem Partido), ao qual acusou de flertar com crenças “atrasadas que podem prejudicar no largo prazo o nosso destino como nação”. De acordo com o tucano, a atual gestão precisa abrir mão do criacionismo e do terra-planismo.

“É pena ver o governo atual mergulhado em crenças atrasadas que podem prejudicar no largo prazo o nosso destino como nação. Se, em vez de namorar o criacionismo e o “terra-planismo” – uma quase caricatura –, os que nos governam acreditassem mais na ciência, na diversidade e na liberdade”, escreveu FHC. Na sequência, ele ainda aconselhou o governo federal a cessar a “guerra contra o marxismo cultural e o globalismo”, tão inflamada pelo próprio presidente e pelos ministros.

“Se, em vez de guerrear contra fantasmas (como o “globalismo” ou a penetração “gigantesca” do “marxismo cultural”), os que se ocupam da educação, da ciência e da tecnologia no Brasil voltassem sua vista para observar como se dá a competição entre as grandes potências e dedicassem mais atenção à base científico-tecnológica requerida para desenvolvimento de um país moderno, democrático e que preza a liberdade, estaríamos mais seguros de que nossas inquietações, com o tempo, encontrarão solução”, argumentou.

Em seguida, o ex-presidente avaliou: “No mundo contemporâneo, a tradução de ciência em tecnologia se acelerou. E o Brasil tem mostrado dificuldade de acompanhar essa aceleração, o que tende a aumentar a distância entre nós e os países mais avançados, limitando as nossas possibilidades de desenvolvimento”.

No final, Fernando Henrique ainda declarou invejar os Estados Unidos pois, apesar das fortes separações raciais, conseguiu formar um sentimento de patriotismo. “Será que conseguimos de verdade criar uma nação consciente de seu destino comum e acreditar que ele seja bom?”, indagou o tucano.

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