Política

‘Ia matar o Gilmar Mendes e depois me suicidar’, revela Rodrigo Janot

A motivação do ex-procurador-geral da República para planejar o crime seria o fato do ministro do STF ter propagado “uma história mentirosa” sobre sua filha
(Foto: Montagem/Reprodução)

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, publicada na última quinta-feira, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot confessou ter cogitado matar o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). “Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele (Gilmar) e depois me suicidar”, afirmou Janot, que revelou ainda ter ido armado a uma sessão da Corte.

De acordo com o relato do ex-procurador-geral, a sua motivação para planejar o crime estaria ligada ao fato de Gilmar Mendes ter propagado “uma história mentirosa” sobre sua filha Letícia Ladeira Monteiro de Barros. O ministro do STF teria declarado, em maio de 2017, que a filha de Janot poderia “ser credora por honorários advocatícios de pessoas jurídicas envolvidas na Lava Jato”. Na época, ele afirmou que Letícia era advogada da empreiteira OAS, no processo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

“Foi logo depois que eu apresentei a sessão (…) de suspeição dele no caso do Eike. Aí ele inventou uma história que a minha filha advogava na parte penal para uma empresa da Lava Jato. Minha filha nunca advogou na área penal… e aí eu saí do sério”, contou. O ex-procurador-geral relata que, em seguida, decidiu ir armado ao Supremo, disposto a matá-lo.

Antes da sessão, Janot revela ter encontrado Gilmar sozinho, em uma antessala da Corte. Entretanto, “a mão de Deus” o impediu de concretizar a intenção. “Cheguei a entrar no Supremo (com essa intenção). Ele estava na sala, na entrada da sala de sessão. Eu vi, olhei, e aí veio uma ‘mão’ mesmo. Foi a mão de Deus”, disse. No mesmo dia, Rodrigo Janot alegou um mal estar e pediu para ser substituído na sessão pelo vice-procurador-geral da República.

Após a divulgação da entrevista, Gilmar Mendes emitiu uma nota lamentando a fala do ex-procurador-geral. No texto, ele ainda aconselhou ao ex-procurador-geral “que procure ajuda psiquiátrica”. Abaixo, leia na íntegra o comunicado do ministro do STF:

“Dadas as palavras de um ex-procurador-geral da República, nada mais me resta além de lamentar o fato de que, por um bom tempo, uma parte do devido processo legal no país ficou refém de quem confessa ter impulsos homicidas, destacando que a eventual intenção suicida, no caso, buscava apenas o livramento da pena que adviria do gesto tresloucado. Até o ato contra si mesmo seria motivado por oportunismo e covardia.

O combate à corrupção no Brasil — justo, necessário e urgente — tornou-se refém de fanáticos que nunca esconderam que também tinham um projeto de poder. Dentro do que é cabível a um ministro do STF, procurei evidenciar tais desvios. E continuarei a fazê-lo em defesa da Constituição e do devido processo legal.

Confesso que estou algo surpreso. Sempre acreditei que, na relação profissional com tão notória figura, estava exposto, no máximo, a petições mal redigidas, em que a pobreza da língua concorria com a indigência da fundamentação técnica. Agora ele revela que eu corria também risco de morrer.

Se a divergência com um ministro do Supremo o expôs a tais tentações tresloucadas, imagino como conduziu ações penais de pessoas que ministros do Supremo não eram. Afinal, certamente não tem medo de assassinar reputações quem confessa a intenção de assassinar um membro da corte constitucional do país.

Recomendo que procure ajuda psiquiátrica. Continuaremos a defender a Constituição e o devido processo legal.

Acho que nada precisa ser acrescentado”.

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