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Política

Novo Plano Diretor do Rio propõe manter índices construtivos em bairros da Zona Norte da cidade

Aumento fica para a Avenida Brasil e para áreas ao longo dos principais corredores de transporte

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Novo Plano Diretor do Rio propõe manter índices construtivos em bairros da Zona Norte da cidade
Novo Plano Diretor do Rio propõe manter índices construtivos em bairros da Zona Norte da cidade

Foi realizada nesta quarta-feira (21), no auditório da Escola Municipal Mario Piragibe em Anchieta, na Zona Norte do Rio, a 13ª audiência pública territorial para debater a revisão do novo Plano Diretor da cidade (Projeto de Lei Complementar nº 44/2021). O encontro, realizado pela Comissão Especial do Plano Diretor, da Câmara de Vereadores, foi conduzido pelo presidente da mesma, vereador Rafael Aloísio Freitas, e contou com a participação de técnicos do poder executivo, vereadores, moradores e de representantes da Sociedade Civil Organizada.

O tema da audiência foram as diretrizes urbanas, relacionadas no novo Plano Diretor, para a Área de Planejamento 3.6, que abrange os bairros de de Guadalupe, Anchieta, Parque Anchieta, Ricardo de Albuquerque, Coelho Neto, Acari, Barros Filho, Costa Barros, Pavuna e Parque Colúmbia. A região possui uma população estimada em cerca de 378 mil habitantes, correspondendo a 5,68% da população do Município.

Para ajudar a diminuir as ilhas de calor, que já castigam a região, Maria Luiza Korenchendler, Gerente de Planos Locais da Secretaria de Planejamento Urbano, explicou que o projeto de lei propõe a criação de uma Zona de Conservação Ambiental nas áreas sob a linha de transmissão da Light, preservando o uso agrícola e formando corredor verde com a Serra da Misericórdia. “É importante falar sobre a necessidade desse corredor verde, para redução das ilhas de calor na região, que é extremamente quente. Então, a gente tem essa oportunidade de aumentar, ainda mais, a existência de áreas verdes dentro da A.P. 3”, afirma.

A indicação de crescimento das edificações das cidades é medida pelos Coeficientes de Aproveitamento (CA). O CA é o número que, multiplicado pela área de um terreno, indica a quantidade total de metros quadrados que podem ser construídos. Para essa região, foram mantidos os índices da legislação em vigor, com exceção da Avenida Brasil e das áreas ao longo das linhas férreas e metroviárias, onde houve aumento. “A tônica deste projeto é fazer com que mais pessoas possam morar nas áreas centrais da cidade: no Centro e na Zona Norte. Então, nos eixos de trem e de metrô, na Avenida Brasil, geralmente, você tem mais oportunidade de subir mais prédios e ter mais investimento. Só que para isso, é preciso que venha toda a infraestrutura necessária”, aponta o vereador Rafael Aloisio Freitas, presidente da Comissão Especial do Plano Diretor.

Diogo Silva de Lima, representante da ONG Sou do Beco, do Complexo do Chapadão, ressaltou que a região possui o menor IDH da cidade e pediu por intervenções. “A Rua Alcobaça é uma via baixa e é uma rua bem deteriorada. Devido ao Corredor Transbrasil, o fluxo de carros vai aumentar. Precisamos de uma melhoria para essa acessibilidade. O bairro está em evolução e temos muita gente boa aqui, com vontade de vencer”. Segundo a Gerente de Macroplanejamento, Valéria Hazan, apesar do Plano Diretor ser um planejamento a longo prazo, nele estão definidas as prioridades para o desenvolvimento. “A gente sabe que essa é a região com os menores índices de desenvolvimento, mas quisemos pontuar as potencialidades. Em cada região da cidade, o que a gente busca é mostrar para a população que a gente reconhece esse potencial. O Plano é de 10 anos, ele passa essa gestão e vai ser o norte para a cidade”.

Processo de Revisão do Plano Diretor foi iniciado em 2018

A minuta do novo Plano Diretor, enviada pela Prefeitura em setembro do ano passado, é resultado de um longo processo de revisão, iniciado em 2018. Em 2021, o debate envolveu 111 instituições inscritas em chamamento público, além de entidades convidadas, que se reuniram para discutir o tema em encontros que somaram mais de 105 horas de debates. O poder público também realizou nove audiências públicas em toda a cidade, que contaram com participação popular de maneira virtual e presencial. Já no Poder Legislativo, a Câmara Municipal criou uma comissão especial e realizou até o momento 21 audiências públicas de discussão, todas com participação de representantes da prefeitura. Assim, ao todo, 30 audiências já foram realizadas para discutir o projeto de lei.

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