Assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes completa 2 mil dias sem justiça

No próxima segunda-feira (4), completam-se 2 mil dias do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes sem que os mandantes tenham sido identificados e responsabilizados. A execução brutal de Marielle, mulher preta, lésbica, defensora dos direitos humanos e vereadora do Rio de Janeiro, ainda permanece sem resolução cinco anos depois do crime bárbaro que chocou o Brasil e o mundo. Para honrar a memória de Marielle e Anderson e exigir justiça, uma série de atividades está sendo planejada pela vereadora Monica Benicio.

Na próxima segunda (4), às 9h, uma faixa será estendida no Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara Municipal do Rio, na Cinelândia, com a mensagem “2 mil dias sem justiça para Marielle e Anderson”. Faixas semelhantes serão colocadas em várias localidades da favela da Maré, onde Marielle nasceu e iniciou sua militância política. Um vídeo relembrando o legado de Marielle e cobrando respostas será projetado em diversas regiões do país.

“Cada um desses 2 mil dias é uma testemunha silenciosa da ausência de respostas. Cada um dos dias representa uma oportunidade perdida de confrontar a impunidade. A injustiça precisa ser contada, no tempo e na fala, para que não vire norma. Para não nos deixar sucumbir à barbárie. A luta por justiça por Marielle não é apenas por ela, mas por todos os corpos que esse Estado julga descartáveis e que não protege, não garante direitos, cidadania e muito menos reparação às suas famílias”, desabafa Monica.

Artistas, intelectuais, influenciadores e ativistas de todo o Brasil e do mundo estão se unindo para expressar solidariedade por Marielle e Anderson nas redes sociais. Durante todo o dia, eles publicarão fotos segurando cartazes com a mesma mensagem da faixa. Esta iniciativa visa manter viva a memória de Marielle e denunciar a morosidade das investigações para se chegar aos autores intelectuais do assassinato. Exigimos que as autoridades responsáveis garantam que aqueles que cometeram esses atos hediondos sejam descobertos e responsabilizados.

“Convidamos todo mundo pra participar da contagem que será postada nas redes sociais, ressaltando o número de dias que passaram sem respostas para esse crime. É um grito de clamor por justiça e a reafirmação de que a luta por verdade, memória e justiça não cessará enquanto a pergunta ‘quem mandou matar Marielle e Anderson e por quê?’ não for respondida pelo Estado brasileiro. Cinco anos é muito tempo de espera. Não haverá democracia plena nesse país enquanto esse crime não for solucionado”, destaca a parlamentar.

A expectativa é que Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados de fazer o disparo e dirigir o carro usado no crime, respectivamente, irão a júri popular ainda este ano.

“Continuaremos a lutar por um mundo onde vozes corajosas como a de Marielle possam ser ouvidas e respeitadas. Queremos que mais Marielles possam florescer sem temer por suas vidas”, conclui Monica.