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Encontro de board gamers LGBTQIA+ completa 6 anos com edições em Arenas do Rio

Pela primeira vez, serão realizadas seis edições em arenas nas zonas Norte e Oeste da cidade

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Encontro de board gamers LGBTQIA+ completa 6 anos com edições em Arenas do Rio (Foto: Divulgação)
Encontro de board gamers LGBTQIA+ completa 6 anos com edições em Arenas do Rio (Foto: Divulgação)

Um dos mais importantes eventos de board games (ou jogos analógicos, em português) do Rio de Janeiro, o SeJoga completa seis anos em novembro com uma celebração especial. Pela primeira vez, serão realizadas seis edições em arenas nas zonas Norte e Oeste da cidade. A comemoração começa no dia 4/11, na Arena Chacrinha, em Sepetiba, e seguirá por mais por mais quatro finais de semana.

O SeJoga foi criado pelo produtor de moda Elson Bemfeito e pelo arquiteto Dan Paskin para ser um espaço acolhedor para o público LGBTQIA+. O projeto teve incentivo do Programa de Fomento à Cultura Carioca – FOCA da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (PCRJ) e da Secretaria Municipal de Cultura (SMC).

De forma simples, Elson explica para quem chega ao SeJoga pela primeira vez o que vai viver nas horas sentado à mesa de jogos. “Imagina que o Atari é o avô do Playstation 5. O War, o Imagem e Ação, o Jogo da Vida são os avós dos board games. As mecânicas, os componentes dos jogos se modernizaram, evoluíram e ficaram ainda muito mais divertidos”, contou Elson. “Existem jogos que você consegue terminar em 15 minutos e jogos de seis, sete horas de duração que você tem que combinar com antecedência com os amigos. E ninguém pode furar”, explicou Dan.

Quando começaram a frequentar a cena geek, Elson e Dan perceberam como os espaços eram permeados por LGBTQIAfobia e machismo. Decidiram arregaçar as mangas e criar um espaço de board games para a comunidade LGBTQIA+. Em novembro de 2017, acontecia a primeira edição do SeJoga.

“Tudo o que a gente faz é pensado para que seja um espaço seguro e acolhedor para as jogadoras e jogadores LGBTQIA+. Nos jogos que escolhemos para o SeJoga, não há espaço para transfobia, homofobia, machismo e racismo. Você pode encontrar isso em outras mesas de RPG, não na nossa. Nosso ambiente não pode ser tóxico”, explicou Elson.

As primeiras edições do SeJoga foram realizadas em parceria com o Lady Lúdica, eventos de jogos de tabuleiros realizado por e para mulheres. Dois meses depois, Elson e Dan realizaram a primeira edição solo do evento de board games. Eles esperavam 80 pessoas. Apareceram 175 pessoas. “Foi um sucesso acima de todas as nossas expectativas”, disse Elson.

As jogadoras e jogadores são convidados a escolher o seu tabuleiro em uma diversidade de mais de 120 jogos disponibilizados por edição. Os temas dos jogos possibilitam viajar desde os vinhedos da França até o Nordeste do Brasil por meio da literatura de cordel.

O evento cresceu e o SeJoga conseguiu furar a bolha e ir além da comunidade LGBTQIA+. Hoje, é a única equipe de monitoria de jogos de tabuleiros da cidade, formada por 20 pessoas. Produtores de eventos de board games do Rio e de São Paulo tem o Se Joga como referência.

“A gente, hoje, gera oportunidade de trabalho para a comunidade LGBTQIA+. A Nicole, uma jovem trans, é uma das monitoras do evento e é procurada por outros realizadores de board games para este trabalho. A gente tem o maior orgulho de indicá-la, de ajudar na fonte de renda das pessoas LGBTQIA+ que estão com a gente”.

Até a pandemia, as edições do SeJoga aconteciam no Bar Doninha, na Tijuca. Com o encerramento das atividades do estabelecimento, as edições mensais migraram para o Boteco do Raoni, no Grajaú. Dan e Elson viram o edital do Foca como uma grande oportunidade de expandir o Se Joga para outros bairros da cidade e levar a cultura board para o subúrbio do Rio. Neste ano, realizaram uma grande edição na Bienal do Livro.

“O SeJoga nasceu na rua. Nas edições no Doninha e, agora, no Raoni, as mesas com os jogadores ficam a maioria do lado de fora do bar. Essa é uma forma de atrair um público que nunca ouviu falar em board game e que, de repente, passava na porta do Doninha e via uma galera jogando e pedia para participar. A gente já teve gente que estava passeando com o cachorro na rua, viu a nossa movimentação, perguntou o que era e ficou três, quatro horas jogando com a gente”, lembrou Elson. “Era uma vontade nossa realizar o Se Joga nas arenas e um pedido dos frequentadores do SeJoga. Esse é o espírito do que a gente faz, levar o board games para onde o público está. A gente quer fazer o Se Joga rodar muito mais e cada vez mais”, concluiu Dan Paskin

Serviço:

Edições de seis anos do SeJoga

4/11 – 14h às 20h Arena Chacrinha – Sepetiba

11/11 – 13h às 18h Arena Dicró – Penha

25/11 13h às 19h – Centro Cultural Dyla Sylvia de Sá – Jacarepaguá

02/12 – 14h às 19h Lona Herbert Vianna – Maré

9/12 Meio-dia às 18h Areninha Renato Russo – Cocotá – Ilha do Governador

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