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‘Foi um acidente. Ele caiu da escada’, disse advogado de PM que agrediu jovem em shopping na Zona Norte

Matheus Fernandes ia trocar o relógio comprado para o Dia dos Pais, mas foi seguido e agredido por dois policiais no Ilha Plaza Shopping

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(Reprodução: TV Globo)

(Reprodução: TV Globo)

Os policiais que agrediram o jovem Matheus Fernandes, de 18 anos, em um shopping na Ilha do Governador, prestaram depoimento na tarde desta segunda-feira (10), na 37ª DP (Ilha do Governador), por cerca de duas horas. “Na verdade é porque o garoto tava filmando ele e ele se sentiu constrangido e ele foi saber o que estava acontecendo. Ele [Matheus] não foi agredido, não houve agressão”, contou o advogado Ricardo Chagas, que defende o PM Gabriel Izaú.

Matheus Fernandes foi seguido e agredido na loja Renner do Ilha Plazza Shopping por dois policiais militares que trabalham em uma empresa terceirizada que oferece consultoria de segurança para o estabelecimento comercial. O jovem ia trocar um relógio comprado para o Dia dos Pais.

Os policiais militares foram identificados como Diego Alves da Silva, soldado do Batalhão de Choque, e Gabriel Guimarães Sá Izaú, sargento lotado no programa Segurança Presente.

O advogado dos PMs contou que o cliente mora na Ilha, mas não esclareceu o que os dois faziam no shopping. Ele disse também que o policial oferece serviço para uma empresa, mas que não trabalha para ela. “Ele está se sentindo constrangido hoje. Ele é morador da Ilha. Em hipótese alguma houve ali alguma discriminação. Simplesmente, o rapaz passou por ele, hoje, ficou encarando ele e ele falou: pô, o que tá acontecendo?”, falou o advogado.

Perguntado sobre o motivo do cliente aparecer nas imagens puxando a camisa do jovem e o levando para uma escada de incêndio, o advogado respondeu: “Não levou para a escada. Não houve, eles caíram. Foi um acidente. Ele caiu da escada. Na hora que ele tirou ele da passagem, ele esbarrou e caiu”.

Mesmo com a afirmação do advogado, as imagens das câmeras de segurança mostram Matheus sendo arrastado de dentro da loja para fora dela e em seguida, para uma escada de incêndio. Lá, o PM Gabriel coloca uma arma na cabeça do jovem. “Me deu uma banda e me imobilizou, aí nisso que ele me imobilizou ele sacou a arma, botou a arma aqui assim [na cabeça] e perguntou se eu tava maluco”, relatou Matheus.

Na última sexta-feira (7), o Shopping Ilha Plazza informou que os agressores não faziam parte da equipe de funcionários do shopping e nem da empresa de vigilância. De acordo com o delegado responsável pelo caso, os PMs são investigados pelo crime de racismo.

 

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