Golpe do empréstimo: quadrilha que enganava idosos é alvo de operação

A Polícia Civil iniciou uma operação contra uma quadrilha especializada em fraudes financeiras contra idosos, na manhã desta quarta-feira (16). Até o momento, cinco pessoas foram conduzidas à Cidade da Polícia.

Agentes da Delegacia do Consumidor buscam cumprir 13 mandados de busca e apreensão no Rio, em Queimados, Nova Iguaçu e Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Também foi autorizado o bloqueio de R$ 500 mil dos envolvidos.

O grupo é suspeito de aplicar o chamado “golpe do empréstimo consignado”, em que as vítimas, em sua maioria idosas, são levadas a assinar contratos de empréstimo sem jamais receber os valores acordados.

Como funcionava o golpe?

Segundo as investigações, a quadrilha tinha acesso aos dados das vítimas e aplicava o golpe dizendo que a nova operação seria usada para quitar um empréstimo antigo, com condições supostamente melhores.

Os criminosos convenciam as vítimas a transferir todo o valor do novo empréstimo para contas de terceiros, alegando que as dívidas anteriores já estavam quitadas. As vítimas só percebiam o golpe no mês seguinte, quando começavam a ser cobradas pelas parcelas do novo empréstimo.

De acordo com a investigação, o esquema criminoso atuava principalmente em bairros do subúrbio carioca e na Ilha do Governador.

Envolvimento de servidores do INSS

A Polícia Civil apura o possível envolvimento de servidores do INSS com o esquema. Os agentes verificaram que os golpistas acessavam dados pessoais de aposentados e traçavam um perfil específico de idosos que estavam aptos a receber dinheiro para o empréstimo fraudulento, como destaca o delegado Wellington Vieira.

“Eles têm canais que acessam os dados dos aposentados. São pessoas que, provavelmente, estão dentro do INSS. A gente não tem certeza disso, mas há indícios que eles têm essa facilidade de acesso aos dados dessas pessoas. Com os dados na mão, eles procuram os aposentados que têm perfil de tomar dinheiro emprestado”, explicou.

A Delegacia do Consumidor agora busca identificar outros possíveis envolvidos e ampliar o alcance da investigação.