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‘Guerra inútil, onde todos perdem’, desabafa Fábio Assunção sobre morte de menina Ágatha

Ator global participou de protestos realizados no Complexo do Alemão, no último domingo

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Ator global participou de protestos realizados no Complexo do Alemão, no último domingo
(Foto: Reprodução/Twitter)

Moradores do Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio, organizaram, no último domingo, protestos contra a morte de Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos. Durante a noite da última sexta-feira, a menina foi ferida com um disparos nas costas, enquanto estava dentro de uma kombi com o avô, na comunidade da Fazendinha. Segundo relatos de testemunhas, o tiro teria partido de militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), que estavam em confronto com ocupantes de uma motocicleta em fuga. O ator global Fábio Assunção esteve presente no ato e, nesta segunda-feira, publicou um texto acerca do caso na sua conta oficial no Instagram.

“Sei o que pensa uma parte da população. E venho aqui de novo dar minha cara a tapa. Mas, independentemente do que pensa esse grupo que enaltece a morte, eu sinto amor e estive no Alemão hoje. Solidário, empático com a dor coletiva e marcando a posição que acredito. Que é a urgência em nos reconhecermos entre aqueles de quem aprendemos manter distância. Aprendemos que os pobres são perdedores, que os pretos são perigosos e que os ricos venceram. Será que não conseguiremos romper essa educação colonial e entender agora que somente o coletivo, a soma e a diversidade podem nos trazer alegria??”, iniciou o ator.

“Hoje caminhando ali percebi que tinha pouca gente no cortejo. Percorri as ruas com moradores e moradoras chorando ou em silêncio. Existiam ali amor e tristeza. Ruas cheias de buracos, casas sem fachada, obras paradas, esgoto a céu aberto. O morador da periferia e da comunidade não merece viver? Está ali apenas para servir às classes que herdaram algo ou aos que tiveram chance de conquistar uma moradia silenciosa, aos que não dormem ao som dos tiroteios? Agatha tinha 8 anos. Uma criança de 8 anos ainda é pura, ainda está na categoria de anjo, na minha percepção. Minha filha tem 8. Meu filho já teve. Essa guerra em vigor é uma guerra inútil, onde todos perdem. Todos”, desabafa.

“Policiais em serviço morrem. Cidadãos de bem morrem. Crianças morrem. Quem teve a sorte de não estar na linha de tiro pode se posicionar também. Amorosa e pacificamente. Talvez isso não aconteça amanhã, mas o tempo há de nos levar pelo caminho da admiração mútua, pois todos precisam de amor, de afeto e de oportunidade de crescer. E todos são maravilhosos, cheios de força e talento pra botar pra fora. Falta apenas um olhar. Morador pobre de comunidade não é coitado. Coitados são aqueles que desprezam a vida do outro”, conclui o global.

Veja a publicação feita por Fábio Assunção:

 

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Sei o que pensa uma parte da população. E venho aqui de novo dar minha cara a tapa. Mas, independentemente do que pensa esse grupo que enaltece a morte, eu sinto amor e estive no Alemão hoje. Solidário, empático com a dor coletiva e marcando a posição que acredito. Que é a urgência em nos reconhecermos entre aqueles de quem aprendemos manter distância. Aprendemos que os pobres são perdedores, que os pretos são perigosos e que os ricos venceram. Será que não conseguiremos romper essa educação colonial e entender agora que somente o coletivo, a soma e a diversidade podem nos trazer alegria?? Hoje caminhando ali percebi que tinha pouca gente no cortejo. Percorri as ruas com moradores e moradoras chorando ou em silêncio. Existiam ali amor e tristeza. Ruas cheias de buracos, casas sem fachada, obras paradas, esgoto a céu aberto. O morador da periferia e da comunidade não merece viver? Está ali apenas para servir às classes que herdaram algo ou aos que tiveram chance de conquistar uma moradia silenciosa, aos que não dormem ao som dos tiroteios? Agatha tinha 8 anos. Uma criança de 8 anos ainda é pura, ainda está na categoria de anjo, na minha percepção. Minha filha tem 8. Meu filho já teve. Essa guerra em vigor é uma guerra inútil, onde todos perdem. Todos. Policiais em serviço morrem. Cidadãos de bem morrem. Crianças morrem. Quem teve a sorte de não estar na linha de tiro pode se posicionar também. Amorosa e pacificamente. Talvez isso não aconteça amanhã, mas o tempo há de nos levar pelo caminho da admiração mútua, pois todos precisam de amor, de afeto e de oportunidade de crescer. E todos são maravilhosos, cheios de força e talento pra botar pra fora. Falta apenas um olhar. Morador pobre de comunidade não é coitado. Coitados são aqueles que desprezam a vida do outro. ??????????

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