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Capital Fluminense

Henry Borel completaria 5 anos nesta segunda-feira

Polícia Civil ainda investiga as causas da morte do menino Henry. Vereador Jairinho e a mãe da criança, Monique Medeiros, estão presos acusados pelo crime

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Menino Henry Borel, morto após ter sido torturado pelo padrasto
Henry Borel (Foto: Reprodução)

Henry Borel (Foto: Reprodução)

O menino Henry Borel, morto no dia 8 de março, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, iria completar cinco anos nesta segunda-feira (03).

Henry morreu com diversos hematomas pelo corpo. Na ocasião, Monique Medeiros, e o padrasto, o vereador Jairinho, afirmaram que o garoto foi encontrado desacordado. Henry foi encaminhado ao hospital, mas, segundo laudo da perícia, ele já chegou morto à unidade de saúde.

O casal alegou que o menino sofreu um acidente e que estava “desacordado e com os olhos revirados e sem respirar”. Em relação aos hematomas, Monique disse para a polícia que Henry acordou, ficou em pé na cama deles e desequilibrou, ou até tropeçou no encosto da poltrona, e aí caiu no chão.

(Foto: Reprodução)

O vereador Jairinho foi preso e acusado de tortura. Monique Medeiros também foi presa. Além de Henry, o político é suspeito de ter agredido outras crianças e ex-namoradas.

Entenda o caso:

No dia 8 de março, Monique Medeiros levou Henry Borel ao hospital após o garoto ter sido encontrado desacordado no apartamento em que ela morava com Jairinho, na Barra da Tijuca. O fato foi dito pelo casal em depoimento à Polícia Civil.

Ao chegar na unidade de saúde, foi constatado que o garoto já estava morto. O laudo da perícia relatou que Henry deu entrada no hospital com:

– Múltiplos hematomas no abdômen e nos membros superiores;
– Infiltração hemorrágica na região frontal do crânio, na região parietal direita e occipital, ou seja, na parte da frente, lateral e posterior da cabeça;
– Edemas no encéfalo;
– Grande quantidade de sangue no abdômen;
– Contusão no rim à direita;
– Trauma com contusão pulmonar;
– Laceração hepática (no fígado);
– Hemorragia retroperitoneal.

O documento aponta ainda que a causa da morte de Henry foi hemorragia interna e laceração hepática causada por uma ação contundente.

De acordo com as investigações, Jairinho já agredia Henry semanas antes da morte do garoto, com chutes e golpes na cabeça. A mãe tinha conhecimento dos fatos.

Jairinho é afastado pelo Solidariedade

(Foto: Câmara Municipal do Rio)

Jairinho foi afastado do partido Solidariedade, no qual era filiado, no dia 8 de abril. O partido divulgou nota sobre o afastamento do político.

“Nós, enquanto um partido formado por cidadãos que buscam um futuro melhor, manifestamos nosso repúdio a todo e qualquer tipo de maus tratos e violência, principalmente contra crianças e adolescentes. Lutamos pelos desfavorecidos e seguiremos atentos aos mais vulneráveis de nossa sociedade”, diz a nota do partido.

Polícia encontra troca de mensagens entre babá e mãe do menino Henry Borel

Foto: Divulgação

A Polícia Civil, também teve acesso à uma troca de mensagens entre Thayna de Oliveira, a babá da criança, e Monique Medeiros. Na conversa, a babá fala sobre a suposta sessão de tortura no qual a criança foi submetida no apartamento do casal no dia 12 de Fevereiro.

A mensagem descreve que a criança e o vereador ficaram trancados dentro do quarto com a TV ligada com volume alto. Henry depois mostrou hematomas e contou que levou uma banda (uma rasteira) e chutes e reclamou de dores no joelho e na cabeça.

Nos celulares apreendidos pelos agentes de segurança, também foi descoberto que, após o início das investigações, o casal apagou conversas dos aparelhos.

A perícia precisou utilizar um software israelense, comprado pela Polícia Civil, para recuperar o conteúdo.

Pai relata últimos momentos com o filho

Leniel Borel e Henry Borel (Foto: Reprodução / Instagram)

Em depoimento, Leniel Borel de Almeida, pai de Henry, afirmou que passou o fim de semana com o filho antes dele ser morto. Segundo ele, os dois passearam no shopping e assistiram TV juntos.

“Meu filho brincou, comeu, se divertiu. Nosso final de semana foi maravilhoso. Poderia falar até perfeito, se não fosse o final.”, afirmou.

Ainda segundo o engenheiro, após Monique pedir para que ele fosse ao hospital, o casal afirmou que o menino teria feito um barulho estranho durante a madrugada e, quando foram até o quarto, viram a criança com os olhos revirados e com dificuldade de respirar.

“Ele era tudo pra mim. Eu daria tudo o que eu tenho hoje por mais um dia com meu filho. Só mais um dia”, lamentou.

Pelas redes sociais, Leniel Borel fez uma homenagem ao filho, que completaria 5 anos nesta segunda-feira (03).

“03 de Maio ficará eternizado comigo, pois sei que estarás vivo em meu coração por todos os dias da minha vida!”.

Na imagem, o menino aparece fantasiado do personagem Mario, famoso pela série de jogos de videogame.

“Daria tudo o que tenho por mais um dia com você, por mais um abraço, mais um sorriso ou apenas ouvir-te dizer: – Papai, eu te amo”, lamentou ele. Veja a publicação abaixo:

Monique Medeiros escreve cartas sobre a morte do filho

Monique Medeiros, mãe de Henry Borel (Foto: Agência Brasil)

A professora Monique Medeiros, mãe do pequeno Henry Borel, escreveu uma carta em que altera a versão sobre a morte do filho e acusa o namorado, o vereador Jairinho, de ser agressivo e fazer ameaças.

No inquérito policial, ela defendeu Jairinho. Ela o descreveu como um homem ciumento e agressivo, que a perseguia, e a enforcava enquanto dormia.

“Lembro de ser acordada no meio da madrugada, sendo enforcada enquanto eu dormia na cama ao lado do meu filho”, diz o texto. “No dia seguinte ele pediu desculpas, disse que me amava muito.”, acrescentou.

Em nova carta, a mãe de Henry acusa o primeiro advogado de ter organizado uma farsa sobre os fatos relatados à Polícia Civil. A carta foi divulgada pelo Fantástico, na edição deste domingo (02).

No texto, ela afirma que, no dia em que o menino morreu, em 8 de março, acreditava que Henry Borel havia sofrido apenas um acidente. A carta diz ainda que Monique não tinha ideia que o garoto já estava morto quando chegou ao hospital, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

“Em nenhum momento, (…) passou pela minha cabeça que meu filho poderia estar sem vida em meus braços”, escreveu ela.

Câmara analisa cassação de Jairinho

Dr. Jairinho no sistema penitenciário do Rio (Foto: Reprodução)

Nesta segunda-feira (05), dia em que Henry Borel completaria 5 anos, a Comissão de Justiça e Redação da Câmara de Vereadores realiza uma sessão para analisar se cabe aceitar a denúncia ou não sobre o pedido de cassação do vereador Jairinho, que já está afastado do partido, o Solidariedade.

Caso a Comissão dê aval para o prosseguimento do pedido, a representação será encaminhada ao Conselho de Ética para que um vereador seja sorteado como relator do caso.

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