Rio
Influenciadores investigados por jogos ilegais movimentaram R$ 40 milhões
Bia Miranda teve R$ 4 milhões em transações suspeitas; operação mira esquema com cassinos online proibidos no Brasil
A Polícia Civil revelou que um grupo de influenciadores digitais investigado pela Operação Desfortuna movimentou cerca de R$ 40 milhões em dois anos por meio da promoção de jogos de azar ilegais. A ação foi deflagrada nesta quinta-feira (7) nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
Entre os investigados está Bia Miranda, que sozinha teria movimentado R$ 4 milhões em transações consideradas suspeitas. Ao todo, 15 influenciadores foram alvos da operação, sendo 10 deles no estado do Rio. As investigações apontam que os conteúdos publicados nas redes sociais, com ostentação de luxo, escondiam um esquema de propaganda enganosa, estelionato e lavagem de dinheiro.
Cassinos online ilegais e promessas falsas a seguidores

Segundo o delegado Renan Mello, da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), os investigados promoviam cassinos online ilegais que, além de serem proibidos no Brasil, não pagavam os prêmios prometidos e operavam sem qualquer tipo de auditoria.
“Não são casas de apostas esportivas. São cassinos online, proibidos no país, onde os influenciadores prometiam lucros fáceis, mas as plataformas não garantiam retorno e, muitas vezes, não permitiam nem o saque dos valores”, explicou o delegado ao RJ2.
Além de contratos que chegavam a R$ 250 mil por três meses de divulgação, alguns influenciadores recebiam uma porcentagem dos valores perdidos pelos seguidores que acessavam os sites por meio dos links compartilhados nas redes — a chamada “cláusula da desgraça alheia.”
Prisão e movimentações milionárias
O influenciador Maurício Martins Junior, conhecido como MauMau-ZK, foi preso em flagrante em São Paulo. Na casa dele, em um condomínio de luxo, a polícia encontrou um revólver, que foi encaminhado para perícia. Segundo os investigadores, ele movimentou R$ 9 milhões em um ano.
Outros nomes apontados como suspeitos são Nayara Silva Mendes (Nayala Duarte), que também teria movimentado R$ 9 milhões, e as irmãs gêmeas Paola e Paulina de Ataíde, que compareceram à delegacia acompanhadas de advogada, mas não se manifestaram.
A polícia ainda apura indícios de que a estrutura financeira usada no esquema também estaria sendo aproveitada por outras organizações criminosas para lavagem de dinheiro.
De acordo com a Polícia Civil, o total movimentado pelos cassinos ilegais e influenciadores pode chegar a R$ 4,5 bilhões. Foram cumpridos 31 mandados de busca e apreensão, e a operação deve continuar nas próximas semanas.