Rio
Matuê é baleado em operação na Cidade de Deus
Polícia cerca líder do Comando Vermelho suspeito de ataques e morte de agente na Zona Oeste
O cerco contra o traficante Ygor Freitas de Andrade, o Matuê, apontado como um dos chefes do Comando Vermelho na Zona Oeste, mobiliza dezenas de policiais na Cidade de Deus nesta quarta-feira (13). Segundo o tenente-coronel Marcelo Corbage, comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), o criminoso “está ferido e escondido em uma área de mata e manguezal”, onde equipes da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), do grupamento aéreo móvel e de diversas unidades especializadas fazem buscas.
De acordo com a polícia, Matuê é suspeito de envolvimento na morte de um policial da CORE e de ferir dois agentes do 18º BPM (Jacarepaguá) na semana passada. Ele circula com frequência entre as comunidades da Chacrinha e da Cidade de Deus, aproveitando a proximidade para se esconder e dificultar a ação policial.
O comandante explicou que Matuê, junto com Juan Breno Malta Rodrigues, o BMW, é responsável por ataques armados contra milícias e por tentar unir áreas como Chacrinha, CDD e Gardênia Azul em um “cinturão” do tráfico.
Balanço parcial da operação desta quarta-feira
- 5 presos
- 1 ferido
- 1 morto
- 3 menores apreendidos
- 2 fuzis, pistolas e drogas apreendidos
O delegado Álvaro Gomes, titular da Draco, confirmou que Matuê estaria baleado e que o local é controlado por integrantes da facção. “A área é coordenada pelo BMW e pelo Gadernal, mas quem fica de frente é o Matuê. Temos informações de que ele está escondido na mata, inclusive baleado. Já conseguimos prender dois seguranças dele”, disse.
Juan Breno Malta Rodrigues, o BMW, Carlos da Costa Neves, o Gardenal, são influentes lideranças do Comando Vermelho.
Segurança de confiança preso
Entre os detidos está o segurança pessoal do traficante, apelidado de “da Bahia”, que já foi investigado por roubo de carros e bicicletas elétricas. Ele também é acusado de participar de um assalto contra uma procuradora no Rio.
Segundo o delegado, o criminoso ficou incrédulo ao ser capturado. “Ele acreditava que, nos bunkers onde se escondia, jamais seria alcançado. Mas mostramos que, onde for preciso ir, a polícia vai buscar esses criminosos”, destacou.
A quadrilha liderada por Matuê atua em diversos ramos criminosos, como tráfico de drogas, roubos de veículos e crimes ambientais, incluindo o assoreamento do Rio Fundo para expansão territorial.