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Médicos relatam problemas enfrentados com a crise da Unimed Ferj

Categoria denuncia falta de pagamentos, rede reduzida e dívidas bilionárias que já afetam 344 mil usuários no Rio

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Médicos solicitam assembleia e auditoria antifraude 

Representantes dos médicos da Unimed informam que a categoria solicitou formalmente uma assembleia legal e presencial, apoiada por 20% dos cooperados, para instalação de uma auditoria antifraude — mecanismo já utilizado em outras cooperativas de saúde, como a Unimed Cuiabá. 

Na capital mato-grossense, a Polícia Federal concluiu laudo contábil-financeiro apontando que a antiga gestão mascarou um prejuízo superior a R$ 400 milhões, apresentando-o como superávit de R$ 371,8 mil

Dívidas bilionárias e monitoramento da ANS 

A crise da Unimed-FERJ está ligada a um rombo de mais de R$ 2 bilhões com hospitais e prestadores, além de dívidas tributárias com a União. A ANS instaurou um regime de Direção Técnica para monitorar a operadora. 

Em nota, a Unimed informou que os pagamentos estão sendo feitos conforme acordado e que mantém diálogo com as prestadoras “de forma transparente”. 

344 mil usuários afetados 

A situação já atinge diretamente 344 mil pacientes no estado do Rio
Mesmo pagando o plano em dia, eles enfrentam descredenciamentos, redução da rede, falta de atendimento, interrupção de cirurgias, emergências e até tratamentos oncológicos. 

Por que a crise explodiu: entrevista com Dr. Antônio Assad 

Para entender a origem da crise e o colapso na assistência, conversamos com o cardiologista Dr. Antônio Assad, cooperado da Unimed-Rio desde 1991. 

“A piora no atendimento aos usuários da Unimed-FERG é de conhecimento público, e a razão disso é a falta de pagamento aos hospitais, às clínicas, aos laboratórios e aos médicos cooperados. 

Em 2024, sem ouvir os médicos cooperados, a AMS determinou a transferência da carteira para a Unimed-FERG. (0:26) Quando os médicos cooperados souberam disso, alertaram que isso não daria certo. 

Nesse momento, o que eles estão fazendo é repetindo esse mesmo processo. Dessa vez, tendo em vista que a Unimed-FERG não teve condições de enfrentar, como já alertávamos, a situação, eles estão transferindo para a Unimed Nacional.”

Médicos também são afetados 

Segundo o cardiologista, a crise afeta brutalmente os profissionais, que trabalham sem receber há meses. 

“Para se ter uma ideia, os cooperados não recebem, desde abril, referente atendimento prestado em fevereiro, ou seja, os cooperados praticamente não receberam pelos atendimentos prestados em 2025.  Ou seja, nós não estamos trabalhando de graça, o que já seria um absurdo, mas sim pagando para trabalhar.  Os cooperados com a idade média de 65 anos são triplamente sacrificados. 

Eles não receberam pela assistência titulada, eles são usuários e sofrem as mesmas consequências dos demais e, além disso, eles são sócios de uma dívida bilionária que precisa ser melhor esclarecida.”

E agora? 

A expectativa é que a intervenção da Unimed do Brasil na filial do estado reorganize a assistência e recupere a confiança de usuários, médicos e hospitais. 

Enquanto isso, a orientação da ANS é que os beneficiários acompanhem o guia médico atualizado e reportem problemas de atendimento.

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