Cúpula do Brics: Lula afirma que "negacionismo destrói o futuro"
Conecte-se conosco
x

Rio

“Negacionismo corrói avanços do passado e sabota o futuro”, diz Lula na Cúpula do Brics

A reunião da cúpula do Brics chegou no segundo e último dia no Museu de Arte Moderna (MAM), no Aterro Flamengo, no Rio de Janeiro

Publicado

em

Compartilhe
google-news-logo
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cúpula do Brics. Foto: Divulgação/Ricardo Stuckert

A reunião dos chefes de Estado do BRICS no no Museu de Arte Moderna (MAM), no Aterro Flamengo, no Rio de Janeiro, entrou no segundo e último dia nesta segunda-feira (7). Durante a abertura da última plenária, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o negacionismo e o unilateralismo estão destruindo o futuro.

“Hoje, o negacionismo e o unilateralismo estão corroendo avanços do passado e sabotando nosso futuro. O aquecimento global ocorre em ritmo mais acelerado do que o previsto. As florestas tropicais estão sendo empurradas para seu ponto de não retorno”, disse o presidente.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que integra a comitiva brasileira na cúpula, destacou que o Brasil conseguiu abrir mercados para a Agricultura sem descuidar da agenda de mudanças climáticas.

“O Brasil é um país que tem na agricultura um grande peso da sua balança comercial. Assumiu o compromisso de zerar o desmatamento até 2030 e já conseguiu reduzir o desmatamento em 46% na Amazônia e 32% no país inteiro”, disse a ministra.

Cúpula do Brics 2025. Foto: Marco Antônio de Jesus/Rádio Tupi

“Conseguimos reduzir significativamente o desmatamento, evitamos lançar mais de 400 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera e, ao mesmo tempo, a nossa agricultura cresceu 15%, a renda per capita aumentou mais de 11% e o país abriu mais de 300 mercados para a sua agricultura”, completou.

Primeira plenária e temas principais

A Cúpula do BRICS, sob a presidência brasileira, teve início na manhã de domingo (6). As delegações chegaram para a cerimônia oficial às 9h30, dando o pontapé inicial às reuniões.

Logo após a tradicional foto oficial, a primeira plenária começou às 11h, com o tema “Paz e Segurança e Reforma da Governança Global”. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o Conselho de Segurança da ONU, que, segundo ele, corre o risco de desmoralização e já não é consultado antes de ações bélicas. Lula também expressou preocupação com o retorno do temor de uma catástrofe nuclear no cenário mundial.

Defesa do multilateralismo e nova ordem internacional

Em seu discurso, Lula fez um alerta sobre o colapso do multilateralismo e a paralisia das instituições internacionais diante da escalada dos conflitos armados globais. Ele defendeu que o BRICS assuma um papel de liderança para construir uma nova ordem internacional pautada na paz, no respeito ao direito internacional e na democratização dos organismos globais.

Cúpula do Brics 2025. Foto: Marco Antônio de Jesus/Rádio Tupi

O presidente destacou que esta é a cúpula do BRICS que ocorre no cenário global mais adverso, mencionando a perda de credibilidade da ONU e do Conselho de Segurança, esvaziados por intervenções unilaterais, corridas armamentistas e o uso político dos organismos multilaterais.

Lula citou os fracassos em conflitos como Iraque, Afeganistão, Líbia e Síria, e ressaltou que o vazio deixado por essas crises serviu para o crescimento do terrorismo, sobretudo no Oriente Médio, Norte da África e Sahel.

Conflito Israel-Palestina e Apelo por Paz

O presidente brasileiro abordou diretamente o atual conflito entre Israel e Palestina. Embora tenha condenado os atentados do Hamas, ele afirmou que “nada justifica o genocídio praticado por Israel em Gaza”.

Lula reforçou a posição do Brasil em defender a criação de um Estado palestino soberano dentro das fronteiras de 1967 como caminho para uma paz duradoura.

Cúpula do Brics 2025. Foto: Marco Antônio de Jesus/Rádio Tupi