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Capital Fluminense

Pesquisa realizada em 14 conjuntos habitacionais do RJ revela que 23,8% das famílias estão no CadÚnico

Mais de 6 mil moradores participaram do levantamento feito pelas equipes do Casa da Gente, principal programa da política pública de habitação do Governo do Estado

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Pesquisa CadÚnico
Pesquisa CadÚnico (Foto: Divulgação / Governo RJ)

O último balanço, divulgado pela Secretaria de Infraestrutura e Obras do Estado, responsável pelo programa Casa da Gente, revela que quase um quarto das famílias, moradoras dos quatorze conjuntos habitacionais envolvidos na pesquisa, se encontram em algum grau de vulnerabilidade social. De um universo de 6.182 pessoas entrevistadas, 1.474, ou seja, 23,8% da amostragem, estão no CadÚnico, cadastro que reúne diversas informações sobre as famílias brasileiras em situação de pobreza ou extrema pobreza.

No entanto, analisando individualmente cada conjunto, a realidade pode ser mais ou menos precária em relação à média geral de famílias incluídas no cadastro único. Os conjuntos Trento, Varese e Livorno, situados no bairro de Cosmos, Ex-Combatentes, localizado em Benfica, e Parque Valdariosa I, II e III, em Queimados, por exemplo, apresentaram números bem acima dos 23,8%. No conjunto Trento, 71,1% das famílias estão no CadÚnico, no Varese são 63,3% cadastrados e no Livorno, 46,3%. Os conjuntos Parque Valdariosa I, II e III somam 49,5% de famílias incluídas e no Ex-Combatentes, 30,4%.

Conjunto habitacional
Conjunto habitacional (Foto: Divulgação / Governo RJ)

Entre os conjuntos com menor número de famílias no CadÚnico estão o de Oswaldo Cruz, com apenas 7,1%, e o do Engenho da Rainha, com 10%. O levantamento, realizado pela equipe do trabalho social do Casa da Gente, também revela outros dados significativos. Entre os responsáveis familiares visitados, em média, 66,6% são mulheres. No conjunto de Vicente de Carvalho, esse número salta para 71,9%.

Segundo o subsecretário de habitação do estado, Allan Borges, o dado não surpreende, tendo em vista o balanço realizado anteriormente pelo projeto Na Régua, que atua na readequação de moradias em favelas e assentamentos precários, como um dos braços do Casa da Gente.

“No censo de inadequação habitacional, desenvolvido pelo projeto Na Régua, já era possível constatar que a maior parte das famílias são chefiadas por mulheres. O número também superava os 60% nos territórios que participaram da pesquisa. No caso dos conjuntos habitacionais, encontramos indicadores muito próximos, o que nos leva a concluir que se trata de um padrão que se repete nas áreas de moradias mais populares”, ressaltou.

Pesquisa CadÚnico
Pesquisa CadÚnico (Foto: Divulgação / Governo RJ)

A pesquisa constatou, ainda, que o tempo médio de residência dos moradores nos conjuntos é de 21 anos e que, em 8,8% das unidades, moram pessoas com deficiência. Sobre a atuação dos moradores nas decisões do conjunto, 38% revelaram não haver interesse em participar.

A importância do trabalho social na política de habitação

Além de enfrentar o déficit habitacional quantitativo, produzindo novas unidades, o Casa da Gente também busca combater o déficit qualitativo, através de reformas de conjuntos habitacionais, construídos há mais de uma década, e da readequação das moradias situadas em favelas e assentamentos precários, por intermédio do projeto Na Régua.

Em todas as frentes da política pública de habitação do estado, existe também a presença do trabalho social. O objetivo, de acordo com o subsecretário, é promover um conjunto de ações que sejam capazes de contribuir direta ou indiretamente para a sustentabilidade das intervenções e minimizar os impactos provocados pelas obras. Para ele, mais do que trabalhar temáticas que estimulem a geração de renda e a preservação ambiental, é fundamental realizar um trabalho integrado com a rede de serviços de natureza pública e privada, presente nos territórios contemplados pelo programa.

“Na política pública de habitação o componente social é um elemento obrigatório porque garante às famílias o acesso a um trabalho social que auxilie nas necessidades sociais diárias. Em habitação de interesse social, entende-se a moradia em seu sentido amplo, para além do espaço físico da casa e considerando a realidade vivenciada por aqueles que ali residem”, explicou Allan.

Com um investimento de 6,5 bilhões de reais, o programa Casa da Gente prevê, ao todo, a construção de 50 mil unidades habitacionais em cinco anos e a reforma de 60 conjuntos habitacionais com mais de uma década de construção.

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