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Projeto no RJ propõe apoio psicológico para quem trata “bebês reborn” como filhos reais

Proposta tramita na Alerj e se soma à polêmica que envolve uso de bonecas em serviços públicos e prioridade em filas

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Eles choram, eles pesam... Mas não respiram! O lado sombrio dos bebês reborn
Bebe reborn - Foto: Maternidade Bebê Reborn Curitiba

O avanço da febre dos bebês reborn — bonecas hiper-realistas que imitam recém-nascidos — chegou oficialmente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). O Projeto de Lei 5327/2025, de autoria do deputado Rodrigo Amorim (União), propõe a criação de um programa de assistência psicológica e acompanhamento profissional a pessoas que desenvolvem vínculos maternos ou paternos com essas bonecas.

Segundo Amorim, a proposta tem caráter preventivo e visa acolher emocionalmente quem utiliza os bebês reborn como forma de conforto psicológico. Para ele, esses objetos podem atuar como ferramenta terapêutica, mas também podem indicar quadros que exigem atenção clínica. O programa contaria com psicólogos, terapeutas e assistentes sociais especializados em saúde mental.

A medida surge pouco depois da aprovação, pela Câmara Municipal do Rio, do PL 1892/2023, que institui o “Dia da Cegonha Reborn”, em homenagem a artesãs que produzem essas bonecas. A proposta foi aprovada no último dia 7 de maio e aguarda sanção ou veto do prefeito Eduardo Paes. A data se soma ao crescente interesse pelo tema — e às controvérsias que ele provoca.

Créditos: depositphotos.com / UncleDima

Fora do Rio, outras propostas tramitam em sentido oposto. Em Minas Gerais, o PL 3.757/2025, de Cristiano Caporezzo (PL), pretende proibir que bonecas reborn sejam levadas a unidades de saúde pública. A justificativa é evitar a utilização indevida do sistema e priorizar pacientes reais. O projeto prevê multa de até 10 vezes o valor do serviço prestado em caso de descumprimento.

Em Goiás, o PL 2320/2025, apresentado por Zacharias Calil (União), quer proibir o uso dessas bonecas como critério para prioridade em filas de atendimento, seja em órgãos públicos ou no transporte coletivo. A proposta surgiu após relatos de influencers utilizando os bebês reborn para furar filas e filmar as cenas para redes sociais. As penalidades variam de 5 a 20 salários mínimos, podendo ultrapassar os R$ 30 mil, com os valores revertidos ao Fundo Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Os projetos evidenciam a disputa em torno do uso e da função simbólica dos bebês reborn. Enquanto alguns defendem seu uso como recurso terapêutico ou expressão afetiva, outros apontam para os riscos do uso indevido em ambientes públicos e do deslocamento de recursos estatais.