Rio
Secretário de Segurança sobre operação no Rio: “Tiramos narcoterroristas do anonimato”
Operação identificou 44 traficantes antes anônimos no TCP; para o secretário, ação gera a mesma intranquilidade que a facção impõe à favela
A operação no Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio, realizada nesta terça-feira (10), foi considerada um sucesso estratégico pelo secretário de Segurança Pública do Estado, Victor Santos. Segundo ele, a ação conseguiu expor integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP) que até então atuavam de forma discreta.
“A operação de hoje foi complexa, que requer um planejamento detalhado, e isso foi feito com sucesso. Principalmente pelo objetivo: tirar do anonimato narcoterroristas”, afirmou.
A ofensiva mobilizou mais de 600 agentes e foi resultado de sete meses de investigações, que culminaram na identificação de 44 criminosos sem antecedentes criminais e que agora passam a figurar como alvos da Justiça. Pelo menos 20 pessoas foram presas.

Quem são os alvos da operação?
“O Peixão não era alvo dessa investigação, e sim pessoas que se escondiam nas sombras e agiam sem botar suas caras — e hoje eles são conhecidos. Mesmo que não prendemos, eles são foragidos, é questão de tempo [capturar]. Atrás de um líder, existe uma estrutura de pessoas que viabiliza aquela organização criminosa”, detalhou o secretário Victor Santos.
Segundo o delegado Felipe Curi, da Polícia Civil, os criminosos atuavam sob ordens de Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, e cumpriam funções estratégicas como a organização de atos contra a polícia, queima de ônibus, monitoramento com drones, e até a tentativa de abater helicópteros com armamento de precisão.
Curi destacou a prisão de um suspeito equipado com fuzil e luneta, posicionado em área elevada para tentar atingir aeronaves da polícia e da imprensa.
O impacto da operação nas ruas do Rio
Durante um intenso tiroteio, quatro pessoas foram baleadas, entre elas o motorista e um passageiro de um ônibus que passava pela Avenida Brasil. O tiroteio levou ao fechamento parcial da Avenida Brasil e Linha Vermelha, uma das principais vias expressas do Rio.
A ação tem como alvo traficantes que controlam o Complexo de Israel, apontado pela polícia como reduto fortemente armado do TCP..
“Quem causa esse transtorno não é a polícia. Ela está indo lá para cumprir sua atribuição constitucional. Hoje fomos lá cumprir ordens prisionais”, reforçou Curi. Ele ainda afirmou que, ao serem identificados, esses criminosos deixam de agir livremente: “Estamos lidando com narcoterroristas que atiram deliberadamente contra a população. Eles fizeram isso no ano passado: mataram 3 pessoas. Por isso, fazemos essa contenção. Quem reage à entrada da polícia são os narcoterroristas”
A Polícia Civil detalhou que o TCP impõe seu domínio com barricadas e drones, toque de recolher, monopólio de serviços públicos, ações de intolerância religiosa e atos encenados para dificultar a ação policial.