Conecte-se conosco

Patrulhando a Cidade

Vídeo: Homem negro é espancado até a morte em supermercado no Rio Grande do Sul

Caso aconteceu na véspera do Dia Nacional da Consciência Negra

Publicado

em

(Foto: Reprodução)

João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, morreu após ser espancado por dois homens em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, na noite desta quinta-feira (20). A motivação do crime seria a cor da pele de João, que é negro. O caso aconteceu na véspera do Dia Nacional da Consciência Negra.

A vítima foi agredida em uma unidade do supermercado Carrefour. As imagens da agressão foram gravadas e chocaram as redes sociais. Os dois agressores foram indiciados por homicídio qualificado e estão presos. Um deles é Policial Militar.

A Polícia Militar do Rio Grande do Sul, informou que o espancamento começou após um desentendimento entre a vítima e uma funcionária do supermercado, que fica na Zona Norte da capital gaúcha. A vítima teria ameaçado bater em uma funcionária, que chamou a segurança.

O crime está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Porto Alegre.

Em agosto deste ano, Moisés Santos, de 53 anos, representante de vendas, morreu enquanto trabalhava no supermercado Carrefour, no Recife, e teve o corpo coberto por guarda-sol e cercado por tapumes e engradados de cerveja. Segundo informações do Carrefour, o Moisés sofreu um infarto. Funcionários e clientes do mercado afirmaram que, mesmo após a morte do trabalhador, o estabelecimento permaneceu funcionando normalmente.

Em Setembro, Nataly Ventura da Silva, de 31 anos, auxiliar de cozinha do Hipermercado Atacadão, que pertence ao Carrefour, na unidade de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi demitida da empresa após denunciar ter sido vítima de racismo e intolerância religiosa. 

Nataly, seguidora do candomblé, disse que desde o dia 28 de março, quando começou a trabalhar na empresa, era vítima de ofensas racistas e intolerância religiosa vindas de um funcionário identificado como Jeferson Emanuel.

Ela fez uma reclamação com a chefe do setor, identificada como Isabele. No entanto, nenhuma medida foi tomada contra o funcionário. Dias após a denúncia, Nataly foi demitida sob o argumento de que estaria causando desarmonia no ambiente de trabalho.

Somente após a denúncia dos fatos ao Ministério Público do Trabalho (MPT), a empresa dispensou Jefferson. Segundo o MPT, antes da denúncia, a chefia da empresa ordenou apenas que o funcionário apagasse a mensagem.

Segundo dados do Atlas da Violência de 2020, os assassinatos de negros aumentaram em 11,5% em dez anos, enquanto o de pessoas não negras caiu 12,9% no mesmo período. Entre os negros, a taxa de homicídios no Brasil subiu de 34 para 37,7 por 100 mil habitantes entre 2008 e 2018. O relatório também mostra que, em 2018, os negros representaram 75,7% das vítimas de todos os homicídios.

Nota completa do Carrefour:

“O Carrefour informa que adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos neste ato criminoso. Também romperá o contrato com a empresa que responde pelos seguranças que cometeram a agressão. O funcionário que estava no comando da loja no momento do incidente será desligado. Em respeito à vítima, a loja será fechada. Entraremos em contato com a família do senhor João Alberto para dar o suporte necessário.

O Carrefour lamenta profundamente o caso. Ao tomar conhecimento deste inexplicável episódio, iniciamos uma rigorosa apuração interna e, imediatamente, tomamos as providências cabíveis para que os responsáveis sejam punidos legalmente.

Para nós, nenhum tipo de violência e intolerância é admissível, e não aceitamos que situações como estas aconteçam. Estamos profundamente consternados com tudo que aconteceu e acompanharemos os desdobramentos do caso, oferecendo todo suporte para as autoridades locais.”

Nota da Brigada Militar

“Imediatamente após ter sido acionada para atendimento de ocorrência em supermercado da Capital, a Brigada Militar foi ao local e prendeu todos os envolvidos, inclusive o PM temporário, cuja conduta fora do horário de trabalho será avaliada com todos os rigores da lei. Cabe destacar ainda que o PM Temporário não estava em serviço policial, uma vez que suas atribuições são restritas, conforme a legislação, à execução de serviços internos, atividades administrativas e videomonitoramento, e, ainda, mediante convênio ou instrumento congênere, guarda externa de estabelecimentos penais e de prédios públicos. A Brigada Militar, como instituição dedicada à proteção e à segurança de toda a sociedade, reafirma seu compromisso com a defesa dos direitos e garantias fundamentais, e seu total repúdio a quaisquer atos de violência, discriminação e racismo, intoleráveis e incompatíveis com a doutrina, missão e valores que a Instituição pratica e exige de seus profissionais em tempo integral.”

Continue lendo