Saúde
Esse “alimento saudável” pode aumentar risco de câncer, revela estudo
Rotina agitada e escolhas práticas elevam consumo de alimentos industrializados, apontados como fator de risco para diversos tipos de câncer
No cenário atual, com a rotina cada vez mais acelerada e a busca por praticidade crescendo, produtos industrializados se popularizaram nas prateleiras dos mercados e no cardápio das famílias. A promessa de refeições rápidas, lanches prontos para consumo e bebidas com apelo saudável capturam a atenção de consumidores em todo o Brasil. Entretanto, novas investigações científicas trouxeram questionamentos relevantes sobre os possíveis impactos desses produtos no risco de câncer.
A relação entre consumo de alimentos ultraprocessados e o aumento de doenças crônicas tornou-se um tema recorrente em publicações científicas e discussões de saúde pública. De acordo com pesquisas recentes, o aumento do consumo desses produtos foi associado a maiores índices de determinados tipos de câncer, ampliando o debate sobre a necessidade de escolhas alimentares mais informadas.
O que caracteriza um ultraprocessado?
Alimentos considerados ultraprocessados são preparados em larga escala pelas indústrias por meio de técnicas que utilizam ingredientes e aditivos que vão além do uso doméstico usual. Conservantes, estabilizantes, realçadores de sabor, corantes artificiais e outros componentes são misturados a matérias-primas, como farinhas refinadas, gorduras alteradas quimicamente e açúcares adicionados. O resultado são alimentos prontos ou semiprontos, com alta durabilidade, praticidade e sabor marcante.
Entre os exemplos de alimentos ultraprocessados, incluem-se refrigerantes, salgadinhos industrializados, carnes processadas como salsicha e presunto, barras de cereais enriquecidas, pães industrializados e cereais matinais açucarados. Também entram nessa categoria produtos que, embora tenham apelo saudável, escondem em sua lista de ingredientes diversos aditivos, aromatizantes e adoçantes artificiais.
Alimentos ultraprocessados favorecem o surgimento de câncer?
Perguntas sobre os riscos à saúde ocasionados por esses produtos seguem aumentando. Estudos epidemiológicos apontaram que uma alimentação rica em ultraprocessados pode elevar as chances de desenvolvimento de vários tipos de câncer. O câncer colorretal, por exemplo, tem sido frequentemente associado ao consumo regular de carnes processadas, enquanto tumores de mama, ovário e pâncreas aparecem em índices mais altos entre pessoas que consomem alimentos ultraprocessados de forma consistente.
- Pobres em fibras: A falta de fibras facilita distúrbios intestinais, elevando riscos metabólicos.
- Aditivos químicos: Substâncias como nitritos e nitratos, usadas na conservação de embutidos, podem originar compostos prejudiciais ao organismo.
- Preparos industriais: Certos métodos geram substâncias que podem atacar o DNA das células, abrindo portas para transformações malignas.
Como diferenciar um alimento ultraprocessado?
Reconhecer um ultraprocessado no dia a dia exige atenção especial aos rótulos. Produtos embalados que apresentam uma extensa relação de ingredientes, especialmente nomes pouco conhecidos ou difíceis de pronunciar, costumam pertencer a esse grupo alimentar. Muitos itens populares, rotulados como “sem açúcar”, “rico em proteína” ou “baixo em gordura”, também podem ser ultraprocessados, mesmo que o marketing indique o contrário.
- Observe a quantidade de ingredientes: listas longas e complexas geralmente indicam processamento elevado.
- Busque nomes naturais: ingredientes como açúcar invertido, xarope de glucose, estabilizantes e conservantes são sinais de alerta.
- Dê preferência a preparações simples: quanto menor o grau de modificação, menor o risco de exposição a substâncias potencialmente danosas.
Quem está mais vulnerável aos efeitos desses alimentos?
O aumento da incidência de câncer entre pessoas abaixo dos 50 anos tem preocupado pesquisadores e profissionais de saúde. Esse perfil, aliado ao consumo crescente de fast-food, lanches industrializados e bebidas ultraprocessadas, configura um cenário de risco, sobretudo para crianças, adolescentes e jovens adultos em fases de desenvolvimento e crescimento.

Além disso, populações urbanas, que vivem em contextos de rotina acelerada e pouco tempo para cozinhar, tendem a recorrer cada vez mais a opções prontas, potencializando o efeito cumulativo desses produtos no organismo ao longo dos anos.
Estratégias para minimizar a exposição
Para reduzir a ingestão de ultraprocessados e diminuir a exposição aos fatores de risco relacionados ao câncer, algumas orientações práticas são recomendadas por nutricionistas e entidades médicas:
- Inclua mais frutas, verduras, leguminosas e grãos integrais nas refeições diárias.
- Evite carnes processadas e embutidos como salsicha, linguiça, presunto e salame.
- Dê preferência a alimentos in natura ou minimamente processados, preparados em casa.
- Troque refrigerantes e sucos artificiais por água, água de coco ou sucos naturais.
- Leia atentamente os rótulos antes de escolher produtos industrializados.
Embora a conveniência dos alimentos ultraprocessados tenha se tornado parte do cotidiano, as descobertas científicas mais recentes reforçam a necessidade de escolhas alimentares conscientes. Privilegiar preparações naturais, reduzir a frequência de consumo de produtos altamente industrializados e buscar informações sobre a origem do que se consome são medidas que podem colaborar para um estilo de vida mais saudável.