O que esse remédio comum no Brasil faz com seu fígado pode surpreender

O paracetamol é um dos medicamentos mais amplamente utilizados no mundo, especialmente para o alívio de dores e redução de febre. No Brasil, sua compra é facilitada, não exigindo receita médica. No entanto, apesar de sua popularidade, o uso inadequado do paracetamol pode representar um risco significativo para a saúde do fígado.

Classificado como um Anti-Inflamatório Não Esteroidal (AINE), o paracetamol compartilha sua categoria com medicamentos como ibuprofeno e aspirina. Embora eficaz no alívio de sintomas, ele não atua na causa subjacente das doenças. O uso excessivo deste medicamento pode levar a complicações graves, especialmente relacionadas ao fígado.

Por que o paracetamol pode ser perigoso para o fígado?

A principal preocupação com o remédio está relacionada à dosagem. Para adultos, a dose máxima recomendada é de 4 gramas por dia. Em crianças, a dosagem varia conforme o peso, sendo crucial seguir orientações médicas, especialmente em menores de dois anos. O fígado desempenha um papel vital na metabolização de medicamentos, incluindo o paracetamol.

Durante o processo de metabolização, cerca de 5% do paracetamol é convertido em uma substância tóxica chamada quinoneimina. Em doses normais, o organismo consegue neutralizar essa substância sem problemas. No entanto, a ingestão excessiva de paracetamol leva à produção excessiva de quinoneimina, sobrecarregando o fígado e podendo resultar em falência hepática.

Quais são os riscos da automedicação com o remédio?

A automedicação é um comportamento comum, mas pode ser perigoso, especialmente com medicamentos que contêm paracetamol. Muitos remédios de venda livre incluem paracetamol em sua composição, aumentando o risco de consumo excessivo inadvertido. É essencial estar ciente dos ingredientes dos medicamentos e evitar a combinação de múltiplos produtos que contenham paracetamol.

De acordo com a FDA (Food and Drug Administration), entre 1998 e 2003, a overdose de paracetamol foi a principal causa de falência hepática aguda nos Estados Unidos. Este dado ressalta a importância de seguir as orientações de dosagem e buscar orientação médica quando necessário.

Como prevenir complicações relacionadas ao remédio?

Para minimizar os riscos associados ao uso do remédio, é fundamental seguir algumas diretrizes básicas:

• Respeitar a dosagem recomendada para adultos e crianças.
• Consultar um médico antes de administrar paracetamol a crianças menores de dois anos.
• Evitar a combinação de medicamentos que contenham paracetamol.
• Estar atento aos sinais de problemas hepáticos, como icterícia, fadiga extrema e dor abdominal.

Em caso de suspeita de overdose, é crucial procurar atendimento médico imediatamente. A conscientização sobre os riscos do paracetamol e o uso responsável são passos importantes para proteger a saúde do fígado.