Saúde
Planos de saúde terão que oferecer cirurgia robótica para câncer de próstata
Técnica, já usada no SUS, será obrigatória na saúde suplementar e deve ampliar o acesso a um tratamento mais preciso, menos doloroso e com recuperação acelerada.
A partir de abril de 2026, todos os planos de saúde no Brasil terão que oferecer cirurgia robótica para o tratamento do câncer de próstata. A decisão, aprovada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), inclui o método — considerado hoje um dos mais avançados — no rol de procedimentos obrigatórios da saúde suplementar.
A técnica já é utilizada no SUS, que desde o ano passado passou a adotá-la após recomendação da Conitec. Atualmente, a rede pública conta com cerca de 40 plataformas robóticas em funcionamento.
Para o cirurgião-oncológico Felipe Conde, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, a inclusão representa um grande avanço. Ele explica que a cirurgia robótica melhora a precisão do procedimento, preserva feixes nervosos e reduz riscos como impotência e incontinência. Além disso, oferece recuperação mais rápida, menor dor e menos complicações pós-operatórias.
Segundo Conde, a evolução da técnica tende a beneficiar também outros tipos de tumores, como os do intestino, pâncreas e estômago, que já contam com estudos promissores.
A obrigatoriedade da cobertura pelos planos deve ampliar o acesso, formar mais profissionais especializados e estimular a expansão da tecnologia para além dos grandes centros.
O avanço chega em um momento crucial: de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil deve registrar mais de 71 mil novos casos de câncer de próstata até o fim de 2025. A maioria dos diagnósticos ocorre após os 60 anos, faixa etária em que muitos homens ainda relutam em procurar atendimento médico.
Com a nova regra, pacientes mais idosos ou com outras doenças passam a ter mais condições de realizar o procedimento. Especialistas acreditam que a inclusão da cirurgia robótica no rol da ANS deve democratizar o acesso ao tratamento, antes restrito a poucos hospitais e a quem podia pagar.
A expectativa é que a expansão contribua para formar novas equipes, aprimorar protocolos e levar a tecnologia a regiões fora dos grandes centros, melhorando a qualidade do atendimento em todo o país.