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Política

Após depoimento de hacker, Manuela D’Ávila confirma que passou o contato de Glenn Greenwald

Em nota, ex-deputada disse que já acionou seus advogados para que a cópia da conversa entre ela e o invasor seja entregue à PF

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Foto: Reprodução

Walter Delgatti, o hacker que forneceu as conversas vazadas pelo The Intercept Brasil prestou depoimento à Polícia Federal e afirmou que conseguiu o contato do jornalista Glenn Greenwald por meio da ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB). Após a veiculação da oitiva na mídia, Manuela divulgou uma nota na noite desta sexta-feira e confirmou o fato.

A candidata à vice-presidência nas últimas eleições, afirmou que no dia 12 de maio recebeu uma notificação do Telegram sobre uma invasão em seu aplicativo. Momentos depois, uma pessoa que, inicialmente se identificou como alguém entre a sua lista, entrou em contato com ela com a intenção de divulgar o conteúdo obtido.

Manoela suspeitou que fosse alguma armadilha de seus adversários políticos e passou o contato de Glenn. No depoimento de Delgatti, o hacker afirma que a ex-deputada desconfiou e só acreditou nele após o envio de uma gravação de áudio de dois procuradores.

Ainda de acordo com a nota de Manoela, seus advogados já foram acionados para que a cópia da conversa entre ela e Delgatti seja entregue à PF, assim como o seu celular para exame pericial.

Confira a nota na íntegra:

Tomando ciência, pela imprensa, de alusões feitas ao meu nome na investigação de fatos divulgados pelo “The Intercept Brasil”, e por me encontrar no exterior em atividades programadas desde o início do corrente ano, esclareço que:

1. No dia 12 de maio, fui comunicada pelo aplicativo Telegram de que, naquele mesmo dia, meu dispositivo havia sido invadido no Estado da Virginia, Estados Unidos. Minutos depois, pelo mesmo aplicativo, recebi mensagem de pessoa que, inicialmente, se identificou como alguém inserido na minha lista de contatos para, a seguir, afirmar que não era quem eu supunha que fosse, mas que era alguém que tinha obtido provas de graves atos ilícitos praticados por autoridades brasileiras. Sem se identificar, mas dizendo morar no exterior, afirmou que queria divulgar o material por ele coletado para o bem do país, sem falar ou insinuar que pretendia receber pagamento ou vantagem de qualquer natureza.

2. Pela invasão do meu celular e pelas mensagens enviadas, imaginei que se tratasse de alguma armadilha montada por meus adversários políticos. Por isso, apesar de ser jornalista e por estar apta a produzir matérias com sigilo de fonte, repassei ao invasor do meu celular o contato do reconhecido e renomado jornalista investigativo Glenn Greenwald.

3. Desconheço, portanto, a identidade de quem invadiu meu celular, e desde já, me coloco a inteira disposição para auxiliar no esclarecimento dos fatos em apuração. Estou, por isso, orientando os meus advogados a procederem a imediata entrega das cópias das mensagens que recebi pelo aplicativo Telegram à Polícia Federal, bem como a formalmente informarem, a quem de direito, que estou à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos sobre o ocorrido e para apresentar meu aparelho celular à exame pericial.

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