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Carnaval

Bloco Alegria Sem Ressaca reúne foliões na Zona Oeste com a defesa de um Carnaval sem álcool e drogas

Festa começa no sábado (10) e segue até a terça-feira de Carnaval (13) com desfile, baile, atividades na piscina, confecção de fantasias, “karaokê da folia” e show da Velha Guarda de Vila Isabel

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Foto Destaque: Divulgação

Um grupo de foliões na Zona Oeste do Rio pula o Carnaval carregando a bandeira do combate ao uso de álcool e de drogas. Desde 2003, o “Alegria Sem Ressaca” mostra que é possível ser feliz e se divertir muito sem a ingestão de substâncias que alteram a consciência.

O bloco se prepara para uma maratona de eventos no terreno de 10 mil metros quadrados da Clínica Jorge Jaber, especializada no tratamento da dependência química. A festa começa no sábado (10) e segue até a terça-feira de Carnaval (13) com desfile, baile, atividades na piscina, confecção de fantasias, “karaokê da folia” e show da Velha Guarda de Vila Isabel.

Entre quitutes e bebidas, churrasco, sorvetes, sucos e muita água para hidratar os foliões. A expectativa é que as atividades reúnam cerca de 300 pessoas entre pacientes, ex-internos e familiares. Quem não tiver relação direta com a clínica, mas se identificar com a proposta de um Carnaval livre de álcool e de drogas, pode entrar em contato pelo Whatsapp (21 99107-3875)

“A alegria não depende de drogas ou da ingestão de bebidas alcoólicas para existir. E é isso que queremos mostrar com a nossa festa. É preciso derrubar conceitos estabelecidos na sociedade de que para ser feliz é imprescindível consumirmos uma “cervejinha” ou um “uisquinho”. A alegria deve ser encontrada dentro de cada um de nós e não dentro de um copo”, afirma o psiquiatra Jorge Jaber, idealizador do “Alegria Sem ressaca”.

O riso e a festa carnavalesca são apenas uma das ferramentas que Jaber usa para conscientizar a sociedade dos males causados pelo vício. Sua luta contra a dependência química começou quando ele era ainda um adolescente.

Aos 14 anos, viveu uma tragédia ao perder um amigo da mesma idade por overdose. Esse episódio direcionou sua carreira e determinou sua linha de atuação. Ao longo das décadas seguintes, se formou e escolheu a Psiquiatria como especialização.

Seu trabalho desde então passou pelos consultórios, pela clínica que fundou no Rio de Janeiro e também por cursos gratuitos que oferece para formação de mão de obra especializada no tratamento da questão que se tornou um problema de saúde pública.

Faixa vermelha e branca (graduação acima da faixa-preta) de judô, Jaber encara ainda o esporte como um aliado no trabalho de conscientização. Entre outras iniciativas, sua clínica apoia o Instituto Desportivo e Cultural Haroldo Britto, projeto social que atua nas comunidades da Rocinha e da Chácara do Céu, Zona Sul do Rio.

O Instituto nasceu em 1997 por iniciativa do professor de judô Fernando Britto, filho de um dos pioneiros na prática do esporte no Brasil, Haroldo Britto, que dá nome à iniciativa. Hoje, cerca de 80 crianças e adolescentes com idades entre 7 e 14 anos são atendidos nas duas comunidades, com aulas gratuitas de judô.

Outra parceria da Clínica Jorge Jaber envolve a Associação Sociocultural Semearte, instituição que promove teatro e dança na Rocinha. O trabalho beneficia cerca de 140 alunos na faixa etária de 13 a 22 anos que participam de encontros com profissionais da área de psiquiatria, englobando palestras, rodas de conversa e arte.

O objetivo das duas instituições é estimular a discussão e esclarecer dúvidas e medos que cercam o tema do suicídio, especialmente entre os jovens. O trabalho foi selecionado e será apresentado em abril em Budapeste, na Hungria, durante o 32º Congresso Europeu de Psiquiatria.

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