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Boicote à Havaianas: campanha vira disputa política nas redes e mobiliza parlamentares

Publicidade estrelada por Fernanda Torres movimenta a internet e entra no discurso de integrantes da oposição e do governo

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O ex-deputado federal Alexandre Frota decidiu transformar o episódio em uma ação de doação dos chinelos descartados nas ruas - (crédito: Reprodução/Divulgação)

A repercussão da campanha publicitária da Havaianas estrelada por Fernanda Torres ultrapassou o campo do marketing e entrou no debate político nacional. O comercial, em que a atriz afirma que não deseja que o público comece o ano com o pé direito, mas “com os dois pés”, foi associado por grupos bolsonaristas a uma crítica ideológica à direita e motivou manifestações de figuras políticas.

Eduardo Bolsonaro foi um dos primeiros a reagir publicamente à campanha das Havaianas. Ele publicou um vídeo no Instagram no qual aparece jogando um par de sandálias da marca no lixo. Morando nos Estados Unidos, ele afirmou que sempre considerou o produto um símbolo nacional e disse ver “muito gringo com essa bandeirinha do Brasil no pé”, mas declarou ter se decepcionado com a escolha da garota-propaganda, Fernanda Torres, a quem classificou como “declaradamente de esquerda”.

Ao criticar a mensagem da campanha, afirmou que a referência a não começar o ano com o pé direito “não foi por acaso”. “O pé direito e o esquerdo estão no lixo”, postou.

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) também entrou no discurso incorporado por parlamentares da oposição. Na rede social X, Nikolas publicou uma mensagem com um trocadilho sobre o slogan da marca, “Havaianas, nem todo mundo agora vai usar”, escreveu o parlamentar.

O ex-deputado federal Alexandre Frota, por sua vez, decidiu transformar o episódio em uma ação de doação dos chinelos que estão sendo descartados por bolsonaristas. Em vídeos publicados nas redes sociais, ele relata que tem percorrido pontos da cidade de São Paulo para recolher os pares jogados fora.

Segundo Frota, “se é pé esquerdo ou direito, só quem precisa sabe, e o desperdício nesse país é enorme”. Ele afirmou ainda que pretende higienizar os produtos antes de entregá-los. “Nós iremos lavar e reformar essas Havaianas e entregar para pessoas que necessitam de um calçado, porque ainda tem muita gente descalça nesse país”, frisou o ex-parlamentar.

Em um dos registros publicados, Frota aparece lavando e embalando os chinelos que serão entregues como presente de Natal. Em outra postagem, reforçou o apelo para que as pessoas evitem o desperdício: “Se você não quer usar por questões políticas, doe para quem precisa e quer usar”.

Governo

A polêmica também foi incorporada ao debate político por integrantes do governo. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, publicou um vídeo no Instagram durante a inauguração de um hospital em Imperatriz, no Maranhão, e aproveitou o tema para defender o Sistema Único de Saúde.

No registro, afirmou que “pé direito, não. Pé esquerdo, não. Vou entrar logo com os dois” e disse que “não importa se você vai usar Havaianas ou Ipanema, o que importa é que o SUS está aberto para todos”. Padilha destacou que a unidade é 100% SUS e equipada para realizar procedimentos de neurocirurgia, cirurgia vascular e cardiologia, com foco na redução do tempo de espera por atendimentos especializados.

No X, a deputada Erika Hilton (PSol-SP) também comentou o episódio e ironizou a reação de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na publicação, questionou: “Como assim os bolsonaristas tão cancelando até as Havaianas?” Ela associou a sandália à ideia de liberdade, afirmando o calçado representa a possibilidade de circular “sem nada preso no tornozelo e ir para onde quiser sem pedir autorização pra ninguém”.

Já o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) divulgou um vídeo com uso de inteligência artificial (IA) e escreveu que “atacar símbolos, destruir reputações e virar o Brasil contra o próprio povo é estratégia de quem vive do ódio e da desinformação”.

Em outra manifestação, o governista destacou que pretende comprar sandálias da marca e declarou que “quem é brasileiro sabe o que é bom”, acrescentando que “democracia é valor que não se negocia”, ao relacionar o episódio ao ambiente político e ao debate público nas redes.

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